Filhotes de cães e gatos - Canil e Gatil

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Inseminação Artificial Cães Venda de Semen

Durante muito tempo, os criadores, entusiastas e profissionais, foram incapazes de resolver os problemas da esterilidade pois, por razões não só inerentes à fisiologia da espécie como também às prioridades dos zootécnicos, a cinologia sofreu um certo atraso neste campo. No entanto, atualmente, o referido atraso foi atenuado graças à prática do esfregaço das células vaginais para determinar o momento da ovulação e inseminação artificial. No que diz respeito a esta última, distingue-se entre a "assistência ao acasalamento", com coleta e utilização direta do esperma do reprodutor para inseminar a cadela, e a inseminação praticada com sêmen congelado. A assistência ao acasalamento, que é o método mais utilizado, é fácil de praticar e tem numerosas indicações. AS INDICAÇÕES DA ASSISTÊNCIA AO ACASALAMENTO...A inseminação artificial em cães é uma ferramenta do melhoramento reprodutivo que aumenta até 90% da taxa de sucesso da fertilização. Animais previamente avaliados são encaminhados para a determinação da data da inseminação. Machos são avaliados através do espermograma, analisando qualidade, mobilidade, concentração e volume do sêmen para ser realizada a inseminação artificial em cães com maior garantia de sucesso. Fêmeas devem fazer a citologia vaginal e dosagem hormonal, verificando o seu período fértil. Obtendo os resultados do espermograma e o período fértil da cadela estando propício é feita a inseminação artificial em cachorros! Respeitamos sempre o padrão da raça e excluímos da reprodução animais com doenças hereditárias, como a Displasia Coxofemoral. Para a inseminação artificial em cachorros pode-se utilizar sêmen fresco, resfriado ou até mesmo congelado. A técnica varia de acordo com o armazenamento deste sêmen. A inseminação artificial em cães evita doenças sexualmente transmissíveis como a brucelose, TVT (tumor venéreo transmissível), acidentes e traumas para os animais. Durante muito tempo, os criadores, entusiastas e profissionais, foram incapazes de resolver os problemas da esterilidade pois, por razões não só inerentes à fisiologia da espécie como também às prioridades dos zootécnicos, a cinologia sofreu um certo atraso neste campo. No entanto, atualmente, o referido atraso foi atenuado graças à prática do esfregaço das células vaginais para determinar o momento da ovulação e inseminação artificial em cães. São duas: a pseudofrigidez e a recusa ao acasalamento. A pseudofrigidez observa-se quando a cadela tem ciclos sexuais normais mas que passam praticamente despercebidos (ciclos "mudos") e são apenas visíveis as lactações de pseudociese (gravidez psicológica). A recusa ao acasalamento pode estar ligada à ausência do libido ou a um "falso cio". Em certos casos é conseqüência de um coito difícil, o que pode ocorrer em diversas circunstâncias: quando o macho é muito jovem, quando a fêmea é dominante (agressiva até) ou, ao contrário, submissa (deita-se no chão ou foge), em caso de má-formação ou de tumor do aparelho genital de ptose (afrouxamento dos Ligamentos e dos músculos) da vagina ou da vulva, e, quando a cadela sofre de artrose vertebral ou coxofemural. ...E AS DA UTILIZAÇÃO DE SÊMEN CONGELADO A totalidade das indicações mencionadas acima são também válidas para este caso. Acrescentam-se, também, as limitações devidas ao afastamento dos interessados (ou à presença de um deles num país onde vigoram medidas de quarentena) e as particularidades da utilização com vistas à seleção (e à conservação do esperma de reprodutores excepcionais). A COLETA DE ESPERMA A eletroejaculação foi abandonada completamente. Além de ser mal suportada pelos animais, o esperma recolhido por este método costuma ser de má qualidade. Atualmente, em outros países utiliza-se um dispositivo simples: um tubo de borracha (que se aquece para evitar um contato muito frio) e um tubo que permite recolher o esperma do doador em boas condições. No Brasil a coleta do esperma é efetuada pela técnica da masturbação, a operação é amplamente facilitada pela presença de uma fêmea no cio. CONSERVAÇÃO DO SÊMEN Depois da coleta, o sémen poderá ser utilizado diretamente (assistência ao acasalamento). Ou manter-se refrigerado num liquido de conservação que pode ser à base de lactose e gema de ovo, em cujo caso o sêmen poderá ser utilizado uma a duas semanas depois. Em nitrogênio líquido, a -1960C, depois de um complexo tratamento, a conservação do esperma em forma de pipetas é quase ilimitada. COLOCAÇÃO DO SÊMEN O sêmen deve ser depositado na porção anterior da vagina, o mais perto possível do colo. Para isso, pode-se utilizar uma simples seringa alongada com um tubo de vidro. Este dispositivo não impede o refluxo do sêmen e, para compensar este inconveniente, deve-se manter a fêmea levantada pelos quartos posteriores durante quinze minutos. Em todo o caso, quando a sonda está colocada, as contrações vaginais fisiológicas facilitam a entrada do sêmen no útero. A utilização de uma sonda, especialmente concebida para a inseminação na espécie canina, provocou uma melhoria sensível desta técnica. Esta sonda tem a particularidade de dispor, na sua extremidade anterior, de um balão inflável que desempenha o papel dos bolbos eréteis do macho, com o qual se evita o refluxo do esperma e se facilita o seu avanço por estimulação das contrações vaginais. A sonda utilizada (dispositivo estéril) apresenta um corpo flexível, que elimina qualquer risco de traumatismo, e um tubo telescópico, terminado numa peça giratória, para depositar o esperma contra o colo do útero sem provocar nenhuma lesão. Atualmente, os especialistas recomendam que se utilize uma sonda mais fina, que permite atravessar o colo e praticar a inseminação intra-uterina. Em geral, os resultados são melhores. A inseminação deverá ser feita duas vezes, em intervalos de quarenta e oito horas, sempre que isso for possível, independente do método utilizado (assistência ao acasalamento ou utilização de esperma congelado). Com o sêmen congelado utilizam-se cinco pepitas de 1 milímetro cada uma por vez (cada ejaculação permite armazenar trinta doses, ou seja, o valor de três inseminações). Lembramos que o sucesso da operação está ligado, em grande parte, à escolha da data da intervenção, a qual deverá ocorrer o mais próximo possível da ovulação. Para isso é indispensável a aplicação da técnica do esfregaço das células vaginais. O EXAME DO ESPERMA Antes de se proceder à inseminação, deve-se examinar o esperma para controlar sua qualidade. Assim, pode-se verificar no microscópio várias características inclusive de espermatozóides anormais, que não devem representar mais de 15% do total. De qualquer forma, o semên deve apresentar um mínimo de 75% de espermatozóides móveis.

Displasia Coxofemoral


Dicas sobre Displasia Coxofemoral
 
Displasia Coxofemoral


Raças frequentemente acometidas pela displasia coxofemoral:
Mastife Inglês, Pastor Alemão, Rottweiler e Retriever do Labrador

Se você tem um cão de porte grande ou gigante já deve estar careca de ouvir falar da displasia coxofemoral, doença caracterizada pela incongruência e degeneração da articulação da bacia com a cabeça do fêmur. Bastante freqüente, essa displasia também acomete cães de raças médias e pequenas - e até os gatos.

As justificativas mais citadas para o aumento dos casos da doença estão relacionadas a:

* Acasalamento de animais que apresentam displasia (graus D e E, principalmente). Por esse motivo recomenda-se fortemente afastar da reprodução os exemplares displásicos;

* O alto grau de consangüinidade ou inbreeding (acasalamento entre animais de parentesco próximo). Essa prática adotada por muitos criadores com o intuito de fixar características físicas desejáveis nos filhotes pode acentuar também predisposições para doenças hereditárias.

Esses seriam os principais fatores que determinam a predisposição ou tendência genética para o aparecimento da displasia. Mas é preciso esclarecer que a predisposição genética por si só não resulta necessariamente no aparecimento da doença. Atualmente acredita-se que outros desencadeadores da displasia podem ser fatores ambientais e de manejo, principalmente durante a fase de crescimento do animal.

Essa pode ser uma explicação por trás de um casal de cães saudáveis que produz filhotes com displasia. Ou ainda, da ocorrência de alguns irmãos de ninhada se tornarem severamente displásicos enquanto outros estão isentos da doença.

Articulação coxofemoral normal em um cão.
Fonte: www.gocco.co.za


Articulação coxofemoral displásica.
Fonte: www.gocco.co.za

A displasia não tem cura e é convencionalmente tratada com administração de antiinflamatórios e protetores articulares, e em determinados casos, cirurgia. Mas você pode fazer muito mais no sentido de prevenir e controlar essa doença. Confira neste guia alguns cuidados que podem:

* Retardar o aparecimento da displasia coxofemoral nos animais predispostos;
* Aumentar a qualidade de vida do animal acometido;

* Prevenir o desenvolvimento da displasia nos filhotes e animais jovens.

O que é a displasia coxofemoral?

Nos cães e gatos que não apresentam displasia coxofemoral, a cabeça do fêmur é bem formada e se encaixa perfeitamente no (também bem formado) acetábulo, que é uma cavidade do osso coxal ou “bacia”. Com esse encaixe adequado, o animal anda, corre, salta e vive normalmente. No pet com displasia a cabeça do fêmur e/ou o acetábulo apresentam deformidades, o que compromete a articulação e, conseqüentemente, a mobilidade dos membros traseiros.

Na verdade, a articulação coxofemoral do pet displásico não nasceu degenerada. Ela tem aparência normalíssima durante a infância do animal. Tanto é que não se recomenda radiografar filhotes em crescimento – a displasia simplesmente não estará presente. Sintomas e sinais radiográficos da degeneração coxofemoral não costumam aparecer antes dos quatro meses – e pode demorar até os doze meses de idade do pet (ou mais) para se manifestarem.

Classifica-se a displasia de acordo com o grau de comprometimento da articulação. Nos casos graves, a incongruência (desencaixe) é tão severa que pode ocorrer uma luxação, que é quando a cabeça do fêmur sai completamente do acetábulo (a cavidade na bacia). Em outros casos a displasia está lá, mas os sintomas estão ausentes ou são discretos a ponto do proprietário nem suspeitar que o animal tem a doença. Nesse caso, acredita-se que músculos e ligamentos fortes estejam conseguindo manter a articulação no lugar.

Dependendo do grau de incongruência articular, ocorre a proliferação dos tecidos locais com presença de fragmentos ósseos dentro e fora da articulação. Isso leva a um processo inflamatório bastante doloroso. São sinais clínicos clássicos da displasia coxofemoral: mancar das pernas traseiras, expressar dor ou desconforto ao caminhar, relutar em subir degraus e em se levantar. Se não tratada, a displasia pode levar à perda gradual da mobilidade traseira. Como nem todo animal displásico apresenta sintomas, a única maneira de saber se ele tem a doença é por meio de exames radiográficos. Para saber mais, consulte seu médico-veterinário.

 


Outras causas associadas ao aparecimento da displasia coxofemoral
Algumas situações podem contribuir para a predisposição genética à displasia se expressar, e podem também complicar o quadro de um animal displásico. Vejamos quais são:

Falta de vitamina C
Veterinários favoráveis a dietas caseiras, como Richard Pitcairn, PhD., Martin Goldstein, Lowell Ackermann e Shawn Messonier recomendam a suplementação diária de vitamina C para filhotes com tendência a apresentar displasia, e também para os adultos já afetados.

Segundo o Richard Pitcairn, “existem evidências de que a displasia coxofemoral é em parte causada por escorbuto sub-clínico (hipovitaminose C sem sintomas evidentes). Acredita-se que no cão displásico essa articulação se desenvolva de maneira incorreta como resultado de ligamentos e músculos fracos ao redor das articulações. A vitamina C é essencial para esses tecidos conjuntivos (músculos e ligamentos).”

O médico-veterinário ortomolecular Wendell Belfield relatou no periódico Veterinary Medicine/ Small Animal Clinician que grandes quantidades de vitamina C preveniram completamente o aparecimento da displasia coxofemoral em oito ninhadas de Pastores Alemães geradas por pais que apresentavam a doença ou já haviam produzido filhotes displásicos. Ele adotou o seguinte programa:

* Fêmeas prenhes receberam de duas a três gramas de cristais de ascorbato de sódio (ou ácido ascórbico) na alimentação diária;

* Ao nascer os filhotes receberam 50 a 100mg de vitamina C por via oral diariamente (usando a forma líquida);

* A partir das três semanas de idade, a dose foi aumentada para 500mg diárias (colocadas na comida), até os quatro meses de idade dos filhotes;

* A partir dos quatro meses de idade, a dose foi aumentada para um a dois gramas por dia e foi mantida assim até os filhotes completarem 18 meses ou dois anos de vida.

Martin Goldstein, autor do livro The Nature of Animal Healing, relata os benefícios dessa vitamina para o equilíbrio ácido-básico do organismo. “Os exames de sangue de meus pacientes displásicos geralmente mostram níveis elevados de uma enzima chamada fosfatase alcalina – indicadora da alcalinidade do sangue”.

Sabe-se que a vitamina C é um componente alimentar complicado de manter viável nos alimentos industrializados. Uma espécie que freqüentemente morre em decorrência do escorbuto é o porquinho-da-Índia. Esses roedores não produzem vitamina C – homens e primatas também não o fazem, sendo sabidamente necessária a suplementação de suas dietas com vitamina C. O organismo dos cães produz vitamina C, mas a quantidade produzida pode não ser suficiente para evitar degenerações de caráter hereditário. É por esse motivo que não existe grande preocupação em acrescentá-la à dieta dos cães.

Obesidade / Dieta hipercalórica
O excesso de peso é inimigo do bem-estar e da saúde de qualquer animal (ou pessoa). Mas no caso de indivíduos displásicos, a obesidade é ainda mais problemática, já que mais pressão é colocada sobre as articulações fragilizadas. O respeitado Tratado de Medicina Veterinária (Ettinger) chega a recomendar a redução de peso como principal medida para pets com problemas oteoarticulares.

Uma forma de enxugar os quilinhos extras do cão ou gato de qualquer idade é oferecer a ele uma dieta natural à base de meaty bones crus, carnes cruas, legumes e alguns suplementos (o modelo clássico da alimentação natural), sem fontes extras de carboidratos. É uma opção muito saborosa e de preço razoável, além de ser muito nutritiva e eficiente para perda e controle do peso.

Fato é que pets displásicos magros costumam ter um prognóstico muito melhor. Mantenha seu cão sempre esbelto, principalmente se ele for de porte médio, grande ou gigante, e vocês dois serão poupados de sofrimentos futuros relacionados à obesidade.

Obesidade na fase de crescimento é ainda mais prejudicial e geralmente decorre de dietas com excesso de calorias. De acordo com o livro Tratado de Medicina Interna de Pequenos Animais, “…dietas muito calóricas aceleram a taxa de crescimento dos filhotes e aumentam o risco de displasia coxofemoral.” O livro também faz uma ressalva a alimentar filhotes com dietas muito ricas em minerais.

Limitar o acesso aos alimentos é outro modo de evitar ingestão calórica excessiva. Estudos mostram que deixar comida à vontade ou alimentar o pet toda vez que ele pedir aumenta a incidência de doenças osteoarticulares nos filhotes suscetíveis. Evite isso estabelecendo desde cedo horários para as refeições.

Uma história retirada do ótimo site de Medicina Veterinária holística, B-Naturals, escrita por Lew Olson, PhD em Naturologia, ilustra como a dieta certa pode aumentar o bem-estar dos cães displásicos. (Adaptação e tradução: Sylvia Angélico)

“Meu Rottweiler, o Tommy, tinha displasia coxofemoral e de cotovelo que afetaram por cinco anos sua mobilidade. Ele caminhava com dificuldade e aparentava ser muito mais velho. Quando comecei a pesquisar os requerimentos nutricionais dos caninos, descobri que a dieta deles na natureza consistia de gordura e proteína animal, com pouco ou nenhum carboidrato.

Dietas muito calóricas, açucaradas, ricas em grãos e amido, roubam a energia dos cães (pelo esforço que o trato digestório pouco adaptado a carboidratos precisa fazer para digerir esses alimentos) e podem aumentar a dor nas articulações.

Passei a preparar um cardápio com pouco carboidrato e maiores quantidades de gordura e proteína animal. Dentro de poucas semanas, Tommy estava correndo novamente, brincando e interagindo com meus outros cães. Essa dieta não interrompe a degeneração articular, mas aumenta o conforto do animal e ajuda a reduzir a inflamação.”

O professor norte-americano de Jornalismo Michael Pollan, autor do imperdível livro O Dilema do Onívoro, oferece pistas para esse fenômeno. Em seu último livro, Em Defesa da Comida, ele comenta que o consumo de dietas industrializadas alterou o equilíbrio ideal entre os ácidos graxos essenciais ômega-6 e ômega-3.

Enquanto o ômega-6 é um elemento resistente, presente em uma variedade de alimentos (grãos, sementes, carnes), o ômega-3 é um ácido graxo frágil, presente em menos alimentos naturais e facilmente destruído pelo processamento industrial. Como uma das funções do ômega-6 é justamente exacerbar os processos inflamatórios, pode ser que o excesso deste ácido graxo em detrimento do ômega-3 esteja associado à maior incidência de males relacionados à inflamação nos humanos e – por que não? – nos animais. “O excesso de ômega-6 pode ser tão problemático quanto a deficiência de ômega-3”, comenta o autor.


A obesidade é extremamente prejudicial à saúde osteoarticular.
Fonte: www.gettyimages.com

Outros fatores importantes

* Não suplemente a dieta do filhote com cálcio sintético. Essa orientação é especialmente importante para os filhotes de intenso crescimento, como os de raças grandes e gigantes. Estudos mostram que o cálcio sintético interfere na maturação e modelação dos ossos e das cartilagens durante a fase de crescimento. Também já foi documentado que o excesso de cálcio atrapalha a absorção de zinco e de magnésio pelos intestinos. Dietas naturais ou industrializadas dispensam completamente a necessidade de ofertar cálcio extra. Na verdade, o organismo lida muito melhor com leves deficiências de cálcio do que com excessos desse mineral. No caso da alimentação natural o cálcio é fornecido na forma de ossos crus (meaty bones).

* Vale lembrar que a exposição diária ao sol também contribui para evitar desequilíbrios. Os raios solares têm radiação ultravioleta, que em contato com os vasos sangüíneos da pele, ativa a vitamina D advinda dos alimentos. Uma vez ativada, a vitamina D ajuda o organismo a reter o cálcio, absorvendo esse mineral no intestino. É por isso que banhos de sol regulares são importantes para os ossos do filhote crescerem saudáveis.


Sarabi tomando banho de sol

Mas aquela cochilada na frente da janela ou porta de vidro fechada não conta. O animal tem que ficar diretamente exposto aos raios solares. Sol “filtrado” por superfícies de vidro perde os raios ultravioletas e fica reduzido a uma fonte de calor. Essa orientação é particularmente importante para filhotes que crescem em apartamento, principalmente os de porte grande.

* Animais que sofrem de artrose, artrite e outros males osteoarticulares em geral sentem mais dor e desconforto, especialmente durante os meses frios. Garanta que ele tenha um local macio e aquecido para se deitar.

* Filhotes e jovens apresentam articulações e ossos vulneráveis e não devem ser estimulados a praticar atividades físicas intensas, como agility ou corrida. Brincar ainda é o melhor exercício para os animais em crescimento. Cães adultos displásicos podem se beneficiar com a prática regular de exercícios físicos de baixo impacto como natação e caminhadas leves.

* Não permita que os cães corram ou mesmo permaneçam por muito tempo sobre pisos escorregadios. Principalmente em se tratando de pets de porte grande e gigante. A força exigida para o animal se equilibrar coloca pressão demais sobre a frouxa articulação coxofemoral. Se as unhas estiverem compridas e os pêlos entre os coxins (“almofadas” das patas) estiverem longos, pior ainda. Apare-os para aumentar a aderência das patas ao piso. Para deixar as unhas dos cães bem curtinhas, sem tirar sangue e sem causar dor ao animal, você pode utilizar um aparelho chamado Dremel. Existem modelos próprios para uso em pets, mas um Dremel convencional, encontrado em lojas comuns de ferramentas, também lixa as unhas. Consulte esse site (em inglês) para aprender a usá-lo.

* A qualidade da água também pode contribuir com o aparecimento de doenças articulares degenerativas. Um estudo revelou que os cães que bebem água de poço em vez de água de encanamento são mais predispostos a desenvolver a osteocondrite, um mal osteoarticular. Isso porque águas mais “duras” (com alta concentração de minerais) podem conter mais cálcio. A água de sua região é assim? Se possível ofereça ao pet somente água destilada, ou purificada com filtro que elimina ou minimiza o problema.

* Está comprovado que alguns fármacos podem prejudicar o desenvolvimento osteoarticular de filhotes e pets jovens. É o caso da Enrofloxacina (Baytril) um antibiótico eficiente que é muito empregado na rotina do médico-veterinário clínico geral. O site do laboratório Biovet, especifica o seguinte: “Enrofloxacina está contra-indicada para cães na fase de crescimento rápido (de 2 a 8 meses) devido a relatos de lesões à cartilagem articular. Nas raças gigantes, este período poderá estender-se até os 18 meses. Não é recomendado o uso em gatos com menos de 8 semanas de idade.”

Dieta
Diz o Dr. Richard Pitcairn que “gerações de más práticas nutricionais contribuíram com o desenvolvimento da displasia coxofemoral; com efeitos cumulativos cada vez maiores a cada geração. Uma boa prevenção inclui alimentar as cadelas prenhes ou o filhote recém-adquirido com uma dieta saudável, fresca e variada.” (Dr. Pitcairn’s Complete Guide to Natural Health for Dogs & Cats)

Se possível, passe a oferecer uma alimentação caseira natural para seu pet displásico. Um número cada vez maior de criadores e proprietários relata os impactos positivos desse tipo de dieta na redução da incidência da displasia e na vida dos pets acometidos. Também pudera: a dieta natural é rica em ômega-3 e antioxidantes advindos de vegetais variados, ovos, peixes e óleos; além de oferecer diariamente protetores articulares naturais, como a condroitina presente na cartilagem de pés, pescoços, asas e carcaças de frango crus.

O cardápio indicado para esse quadro é o modelo tradicional de Alimentação Natural para adultos e para filhotes. Procure omitir da dieta fontes de carboidratos como pães e grãos cozidos a fim de reduzir a quantidade de calorias da dieta e não favorecer o ganho de peso. Se seu pet estiver acima do peso, calcule a quantidade de alimentos a ser oferecida diariamente com base no peso que ele deveria ter, em vez de fazer o cálculo com base no sobrepeso atual. Clique aqui para aprender a calcular essa porcentagem. Isso, por si só, já deve ajudar seu cão a enxugar os quilinhos extras.

Ofereça fontes de ômega-3 como óleo de peixe (preferencialmente), azeite de oliva, óleo de linhaça ou óleo de canola. Peixes ricos em ômega-3, como a sardinha e a cavalinha (inteiras e sempre cozidas), devem fazer parte do cardápio semanal dos pets displásicos.

Uma a duas vezes por semana ofereça peças cartilaginosas contendo um pouco de carne. Esses alimentos são fonte de substâncias que protegem as articulações, como a condroitina. Boas opções são pescoços e pés de galinha crus e a “garganta do boi”, que na verdade é a traquéia (tubo cartilaginoso). É possível encontrar a “garganta de boi” em feiras-livres. Custa por volta de R$ 2,50 o quilo.

Ofereço semanalmente para meus cães e gatos. Peço para o feirante retirar o excesso de gordura e de glândulas e deixar só a traquéia com a musculatura em volta. Ele já me entrega a peça cortada em rodelas, o que facilita muito a separação em tupperwares e o congelamento. Cartilagem é um tecido pobre em cálcio. Por isso sempre sirvo a “garganta” acompanhada de algum meaty bone com bastante cálcio, como pé de frango cru, ou pedaços de queijo minas frescal, também rico em cálcio.


Natação: um ótimo exercício para cães displásicos.

Vitamina C e bioflavonóides
A vitamina C, conforme discutimos anteriormente, faz parte da prevenção e até do controle da displasia coxofemoral. O cão pode ingerir essa vitamina de duas maneiras: comendo alimentos ricos em vitamina C e/ou por meio de suplementação com vitamina C sintética (ácido ascórbico). Sempre que possível, opte pela primeira opção.

As vitaminas presentes nos alimentos são infinitamente melhor aproveitadas pelo organismo, dificilmente ocasionam excessos e sua ação é potencializada pela presença de outros elementos químicos (enzimas, minerais, antioxidantes) presentes no alimento. Um bom exemplo desse sinergismo (combinação benéfica) entre micronutrientes é o da vitamina C com os bioflavonóides, também conhecidos como vitamina P.

Bioflavonóides são compostos vegetais polifenólicos similares às vitaminas. Estão presentes naquela película branca que fica sob a casca das frutas cítricas e dos pimentões e complementam a ação da vitamina C também presente nos mesmos alimentos. Reduzem a dor e a inflamação, apresentam ação anti-alergênica e antioxidante, além de inibirem a hialuronidase, uma enzima que danifica as articulações e a pele.

Para saber mais sobre as vantagens de oferecer as vitaminas de forma natural, ou seja, diretamente através da ingestão do alimento, clique aqui. Ofereça regularmente alimentos ricos em vitamina C, preferencialmente crus, como:


Pedaço de “garganta de boi” comprado na feira, fonte natural de condroitina.

Frutas: acerola, caju, goiaba branca e vermelha, manga, laranja e morango. Observação: muita gente reluta em oferecer frutas cítricas, com receio de que a acidez possa fazer mal ao estômago do cão. Isso é uma inverdade. O pH do estômago canino é baixíssimo, ou seja, nem mesmo a fruta mais ácida supera a acidez natural do estômago dos cães. Ofereça pedaços dessas frutas se possível diariamente, como lanche, mas sem exageros.

Legumes: pimentões (principalmente os amarelos), brócolis, batata, couve, nabo.

Preparo dos legumes
A vitamina C é um componente bastante vulnerável ao calor do cozimento. Se possível ofereça os alimentos citados acima crus (com exceção da batata, que precisa sempre ser cozida), batidos no liquidificador ou processador com um pouquinho de água para facilitar a digestão. Ao cozinhar batatas e outros alimentos, utilize pouca água e não deixe os vegetais amolecerem muito. Durante o cozimento boa parte dos nutrientes é perdida para a água. Prefira cozinhar os vegetais no vapor – é a alternativa que melhor preserva a vitamina C.

Vitamina C sintética (ácido ascórbico)
Prefira vitamina C com bioflavonóides – se não encontrar em drogarias, é possível mandar manipular. Do contrário, use vitamina C pediátrica em gotas ou em comprimidos de 500mg ou 1 grama. Cada gota tem, em média, 250mg de vitamina C. Não a pingue sobre alimentos quentes, sob risco de anular a vitamina. Sirva a refeição imediatamente para que a vitamina não sofra oxidação.

Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Observações:
* Se preferir, alterne o uso de vitamina C sintética com a oferta de alimentos ricos nesse nutriente. Isso evita que o organismo “se acostume” com a vitamina C sintética e ela perca parte do efeito.

* Cães e gatos diabéticos ou que apresentam cálculos renais não devem receber suplementação de vitamina C. Na dúvida, consulte o médico-veterinário.

Glucosamina, Sulfato de Condroitina e Manganês
Suplementos à base dessas substâncias são recomendadas para prevenir e tratar as doenças osteoarticulares. Como existem inúmeros produtos no mercado, peça uma indicação ao seu médico-veterinário. A glucosamina e o sulfato de condroitina são moléculas glicídicas que compõem os proteoglicanos, elementos que formam as cartilagens articulares.

A glucosamina favorece a formação da nova cartilagem, agindo de forma complementar à condroitina, que por sua vez, inibe a destruição da cartilagem. Embora ambas sejam encontradas nos tecidos cartilaginosos dos animais, a principal fonte de glucosamina é a quitina, substância que reveste a casca dos camarões e as conchas dos caranguejos e das lagostas. Já o manganês é um mineral-traço que ajuda a relaxar a musculatura e atrái a glucosamina e a condroitina para as áreas que estão sofrendo degeneração.


Ação da condroitina
Fonte: livro Nutrientes que Alimentam, Previnem e Curam Cães e Gatos

Vitamina E
Em doses altas atua como um poderoso antioxidante, beneficiando também a saúde vascular e imunológica.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Óleo de peixe (Fish Oil)
Rico em ômegas-3, ajuda a reduzir a inflamação e melhora a pele e a pelagem, além de fortalecer a imunidade. Não confundir com óleo de fígado de bacalhau.

Óleo de coco
O óleo de coco é um suplemento um pouco caro (em média, R$ 40 o frasco com 400mL), mas que tem propriedades fantásticas. Segundo esse artigo publicado pelo médico Dr. Marcio Bontempo,

“Recentes pesquisas comprovam a atividade antiinflamatória do óleo de coco extra virgem devido à sua capacidade de elevar os níveis da interleucina 10, um poderoso agente antiinflamatório. Além disso, (…) aumenta a absorção de nutrientes, acelera o metabolismo, favorece aa perda de peso pela “queima” de gorduras, ajuda a prevenir a osteoporose, aumenta os níveis de energia, e, pela sua ação antioxidante (é rico em vitamina E), reduz o processo de envelhecimento.”

Você pode adquirir óleo de coco em lojas de produtos naturais, como essa, ou por meio de sites, como o Crianças na Cozinha, um endereço que sempre traz dicas interessantes sobre alimentação saudável.

L-Glutamina
Aminoácido que ajuda a retardar a atrofia muscular.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Yucca
Um eficiente anti-inflamatório vegetal. Como a parte líquida dessa planta é a mais concentrada em propriedades, prefira comprar yucca em forma de tintura. Não deve ser oferecida ao pet de estômago vazio.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Homeopatia e Acupuntura
Não subestime os efeitos de terapias alternativas como a Homeopatia e a Acupuntura. Ambas podem fazer muito pelo animal displásico no sentido de potencializar a regeneração das cartilagens, fortalecer os músculos adjacentes e reduzir quadros de dor, inflamação e rigidez articular. E o melhor: não provocam efeitos colaterais ou estresse. Certamente valerá a pena buscar indicação de um bom médico-veterinário especialista em Acupuntura e/ou Homeopatia em sua região.

Referências Bibliográficas

Sites
* Orthopedic Foundation for Animals
* B-Naturals
* Canil Totem American Bulldogs (o link direciona a um artigo imperdível sobre displasia coxofemoral em cães - altamente recomendado por ser bem escrito e muito completo!)

Livros
* Canine Nutrition - What Every Owner, Breeder and Trainer Should Know. D.V.M. Lowell Ackerman. 1999

* Veterinary Textbook of Internal Medicine. Ettinger, Feldman. 2006

* Tabela de Composição Química dos Alimentos. Guilherme Franco. 2008

* Dr. Pitcairn’s Complete Guide of Natural Health for Dogs & Cats. D.V.M. Richard Pitcairn. 2005

* Natural Health Bible for Dogs and Cats. D.V.M. Shawn Messonnier - 2001

* The Nature of Animal Healing. D.V.M. Martin Goldstein - 1999

* Nutrientes que Alimentam, Previnem e Curam Cães e Gatos. Prof. Dominique Grandjean - 2003

* Em Defesa da Comida - um manifesto. Michael Pollan - 2008

* Plumb’s Veterinary Drug Handbook. Donald C. Plumb - 2004

* Food Pets Die For. Ann Martin - 2008

 

SAIBA MAIS:


 

  • CÃES    F:55 011 9386 8744 
  • GATOS F:55 011 8485 4545
  • GERAL  F:55 011 4684 1047


 

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Abordagem nutricional da doença renal crônica

Abordagem nutricional da doença renal crônica
Jonathan Elliott, MA, Vet MB, PhD, Cert SAC, Dipl. ECVPT, MRCVS Royal Veterinary College, Londres, RU Denise Elliott, BVSc (Hons), PhD, Dipl. ACVIM, Dipl. ACVN Comunicação Científica, Royal Canin, EUA


Introdução

A composição da dieta é importante para a manutenção da homeostasia em animais que sofrem de insuficiência renal crônica (IRC) e ajuda a melhorar a qualidade de vida dos animais. Em alguns casos, as medidas dietéticas podem prevenir a progressão da IRC até uma fase em que o desenvolvimento se torna fatal, a menos que seja realizado um tratamento de substituição renal (transplante).


As recomendações dietéticas e outras formas de tratamento médico devem ser adaptadas às necessidades de cada paciente, de acordo com a apresentação clínica e os resultados dos testes laboratoriais. A insuficiência renal crônica é progressiva e dinâmica, por isso, é necessário realizar exames clínicos e análises laboratoriais regulares e adaptar o tratamento às alterações observadas para que permaneçam efetivas.

Lutar contra a anorexia e manter um consumo energético suficiente

Nos casos avançados de IRC, o elevado acúmulo de resíduos nitrogenados possuem uma ação irritante nas mucosas. O animal sofre de náuseas e vômito e tende a perder o apetite. Se esta situação persistir durante algum tempo, o animal sofre ainda mais perda de peso e a sua esperança média de vida é reduzida.


A ingestão energética do animal dever ser adaptada às suas necessidades e por isso o seu peso e condição corporal devem ser avaliados com regularidade. Os gatos geralmente necessitam entre 50 e 60kcal/kg/dia, e os cães cerca de 70 kcal/kg peso corporal0,75/dia. Uma vez que os lípidos fornecem cerca de duas vezes mais energia do que os carboidratos por cada grama consumida, aumentam a densidade energética do alimento, tornando possível a diminuição do volume de alimento a administrar e assim reduzir os riscos de náuseas e vômito. Pode ser necessário tentar vários diferentes alimentos antes de selecionar aquele que o animal prefere. Por vezes é útil aquecer o alimento (no caso dos alimento úmidos) e administrá-lo ao animal pequenas quantidades a intervalos muito regulares. O apetite dos animais pode também ser estimulado pela adição de substâncias aromatizantes à dieta base.

Razões para restringir a ingestão de proteína na doença renal crônica

Existem duas razões para a restrição do nível de proteína numa dieta formulada para a doença renal:


Minimizar a azotemia/uremia – mais apropriada para o fim da Fase 3 e para a Fase 4 da IRC em cães e gatos;


Diminuir a proteinúria mediada por hiperfiltração glomerular, resposta de má adaptação à IRC que contribui para a progressão da lesão renal.
Esta é a razão para a redução da ingestão protéica nas Fases 2 e 3 da IRC.

Uma vez que a IRC atinja a fase urêmica (fim da Fase 3/ início da Fase 4 na classificação IRIS), é recomendado reduzir a ingestão de proteína de modo a garantir que o bem-estar do animal não seja afetado de modo adverso pela uremia. A determinação da razão uréia: creatinina plasmáticas é útil na avaliação da resposta do animal à restrição protéica (diminuição da produção de resíduos nitrogenados). Nos cães, os valores de referência têm sido recomendados de acordo com os níveis de ingestão de proteína, mas nenhum foi publicado ainda para gatos.


A eficácia da redução da ingestão de proteína como um tratamento para a proteinúria é muito controverso no cão e no gato. Em estudos experimentais com ratos, esta estratégia demonstrou ajudar a retardar a progressão das lesões renais (3), de modo que a restrição protéica foi também recomendada para as outras espécies. Estudos semelhantes têm sido conduzidos em animais de estimação, mas nos casos em que a ingestão de proteína foi mais limitada (2,7g/kg/dia), os animais apresentaram sinais de má nutrição protéica e uma diminuição na albuminemia no final do estudo (4). Um estudo subsequente falhou ao tentar evidenciar qualquer efeito benéfico na restrição de proteína (5,2-5,3g/kg/dia) quando a azotemia foi limitada (Fase 1 e 2 da doença renal crônica, de acordo com a classificação IRIS) (5).


Parece ser evidente, a partir de estudos publicados de modelos felinos, que evitar dietas com níveis elevados de proteína, particularmente as formuladas com proteína animal, deva ser recomendado em gatos com IRC. Outra abordagem dietética para limitar a proteinúria é através da suplementação dietética com ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) da série ômega 3. Em cães com IRC, a administração de uma dieta enriquecida com ácidos graxos de cadeia longa ômega 3 retardou a progressão da deterioriação da TFG (taxa de filtração glomerular) (6). Embora sejam necessários outros estudos para determinar o impacto dos ômega 3 na progressão da IRC em animais de estimação é, sem dúvida, muito importante garantir ao animal a ingestão desses ácidos graxos, como o EPA (ácido eicosapentaenóico) e o DHA (ácido docosahexaenóico), uma vez que os gatos não possuem na enzima delta-6- desaturase, o que compromete a sua síntese. Deste modo, o óleo de peixe deve estar sempre contido nos alimentos para animais de estimação com doença renal crônica.

Prevenir o hiperparatiroidismo renal secundário através do controle da hiperfosfatemia

Quando a TFG diminui e o consumo de fósforo se mantém igual, ocorre uma discrepância entre a quantidade de fosfato excretada diariamente na urina e a quantidade consumida, havendo acúmulo de fosfato no organismo, o que promove o hiperparatiroidismo e a progressão das lesões renais. Inicialmente, o objetivo é de reduzir o consumo de fósforo através de alimento apropriado de modo a controlar a secreção de PTH. Na fase 3/4 é, contudo, improvável que uma dieta renal seja suficiente para manter este objetivo, e pode ser necessário introduzir agentes quelantes do fósforo de modo a reduzir a biodisponibilidade do fósforo alimentar. Os agentes quelantes do fósforo interagem com o alimento e é por isso importante misturá-los na dieta para uma máxima eficácia. Os efeitos secundários relacionados com a restrição do fósforo alimentar são raros. É recomendado determinar a concentração plasmática de fósforo do paciente e a concentração plasmática de cálcio (de preferência cálcio ionizado) com regularidade, uma vez a cada dois ou três meses. Têm sido ocasionalmente relatados casos de hipercalcemia (7).

Adaptação dos níveis de sódio ao risco de hipertensão

A maioria das dietas destinadas para animais de estimação com IRC contêm menos sódio do que os alimentos de manutenção para animais de estimação adultos. Esta formulação é baseada na hipótese de que com um parênquima renal com função reduzida, tem mais dificuldade de  manter a homeostasia do sódio e a consequente retenção de sódio pode aumentar a pressão arterial sistêmica. No entanto, algumas observações têm colocado dúvidas quanto ao valor de uma restrição sistemática do sódio dietético nos animais de estimação que apresentam IRC espontânea:

Os animais de estimação que sofrem de IRC toleram um aumento na ingestão de cloreto de sódio até 200mg/kg/dia de peso vivo, durante 7dias (alimento contendo 1,27% de sódio, i. 2,8g de sódio por 1000kcal), com nenhum aumento verificado na pressão sanguínea arterial (8)


Em modelos experimentais de hipertensão, uma redução no consumo de sódio conduz a um aumento da excreção urinária de potássio e a uma ligeira hipocalemia, com ativação mais pronunciada do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA); a ativação patológica do SRAA pode provocar efeitos nocivos na função renal e exacerbar a fibrose renal em alguns modelos de doença renal felina (9). Devem ser realizados mais estudos para determinar se a redução do sódio ingerido ajuda a minimizar o ligeiro aumento crônico na pressão sanguínea arterial sistêmica, detectada na maioria dos animais de estimação acometidos com IRC, e se a restrição de sódio dietético tem um efeito benéfico nos animais de estimação que recebem medicação anti-hipertensiva quanto ao grau de controle da pressão arterial conseguido.
Prevenção da hipocalemia
A associação existente entre a IRC e a hipocalemia é relativamente limitada aos gatos (nos cães ou nos humanos, a perda de néfrons funcionais acarreta um risco maior para a hipercalemia). Em 20 a 30% dos gatos com IRC a adaptação funcional dos néfrons residuais conduz a perdas excessivas de potássio na urina, resultando em hipocalemia (10). Corrigir estas anomalias eletrolíticas, especialmente quando a concentração plasmática de potássio é inferior a 3mmol/l, é clinicamente benéfico. A hipocalemia severa e a miopatia associada podem ser evitadas se os animais de estimação não forem alimentados com dietas acidificantes e garantindo que a dieta está repleta de potássio e magnésio. Para a grande maioria dos animais de estimação com DRC, pode ser administrada a dieta formulada para a doença renal, a utilização de suplementos de potássio não será necessária uma vez o problema inicial da hipocalemia tenha sido resolvido e o animal apresente novamente apetite.


Lutar contra o risco de acidose metabólica

Os sinais objetivos de acidose metabólica são geralmente visíveis na Fase 3 avançada e no início da Fase 4 da IRC. O papel desempenhado pela acidose metabólica na patologia óssea associada à IRC é bem conhecida na Medicina Humana, mas não foi ainda alvo de estudo nos animais de estimação. A abordagem da acidose metabólica centra-se na administração de um agente alcalinizante por via oral. A resposta do animal ao tratamento pode ser monitorada através de determinações sucessivas da concentração plasmática de bicarbonato, a qual deve idealmente permanecer entre os intervalos de referência fisiológicos. A escolha de um agente alcalinizante depende de diversos parâmetros: a sua palatabilidade, a possível presença de hipertensão (na qual os suplementos de sódio estão contraindicados), hipocalemia (na qual são recomendados os sais de potássio) e hiperfosfatemia; neste último caso, os sais de cálcio podem ser prescritos devido à sua capacidade de captar o fósforo no alimento e nas secreções intestinais. A acidose metabólica aumenta o risco de hipocalemia: estando, deste modo, indicado um tratamento que utilize o gluconato de potássio ou o citrato de potássio.

Outras estratégias dietéticas com o objetivo de retardar a progressão das lesões renais

A disfunção das células endoteliais está envolvida na patogênese da IRC. Na Medicina Humana, área na qual se dedica uma investigação ativa na luta contra estas células endoteliais não funcionais, algumas das estratégias mencionadas abaixo provaram a sua utilidade. Continua por determinar se estas medidas são benéficas em animais de estimação com IRC e quando devem ser aplicadas.

Enriquecimento da dieta com antioxidantes (vitamina E, vitamina C, taurina, luteína, licopeno, betacaroteno, etc.) de modo a minimizar o stress oxidativo, que contribui para a progressão das lesões da IRC. Os flavanóides, por exemplo, podem desempenhar um papel protetor nas áreas de necrose que ocorrem no glomérulo, graças a períodos alternativos de isquemia e de reperfusão, conduzindo a problemas de circulação que acompanham a IRC.


Suplementos de arginina por estimular a produção de óxido nítrico, o qual promove vasodilatação.
Importância da fibra

As fibras fermentáveis surgiram recentemente no tratamento dietético da IRC. Representam uma fonte de carboidrato para as bactérias gastrointestinais, as quais utilizam a uréia como fonte de nitrogênio para o seu crescimento. Dado que a excreção de nitrogênio nas fezes aumenta de acordo com a massa bacteriana, foi sugerido que um aumento da massa bacteriana pode ajudar a reduzir a urêmia. No entanto, as toxinas urêmicas clássicas, ao contrário da uréia-nitrogênio, são moléculas de tamanho médio e assim demasiado grandes para transpor com facilidade a barreira membranosa. Por isso, é pouco provável que estas toxinas sejam utilizadas pelas bactérias para satisfazer as suas necessidades de nitrogênio. Pelo contrário, os efeitos benéficos das fibras fermentáveis podem ajudar a regular as alterações digestivas que acompanham a IRC.

Conclusão

A dieta desempenha um papel muito importante no tratamento da IRC de cães e gatos. É essencial adaptar a dieta às necessidades do animal e entender os objetivos do tratamento dietético ao longo das diferentes fases da doença.

Fases iniciais (Fase 2 e 3 da IRC)* os princípios de um tratamento dietético são os seguintes:


Minimizar a ingestão de fósforo: o que previne o risco de retenção anormal de fósforo e retarda a progressão das lesões renais;


Limitar a proteinúria, evitando elevadas quantidades de proteína de fontes animais e recorrendo à suplementação dietética de ômega 3;


Suplementação de potássio: necessária em animais de estimação que se apresentam com hipocalemia
Fase 3 avançada e Fase 4 da IRC*, a dieta visa essencialmente a melhoria da qualidade de vida do animal durante a fase urêmica;


A ingestão protéica deve ser minimizada de modo a reduzir ainda mais o acúmulo de produtos de resíduo nitrogenados. É importante levar em consideração a fonte da proteína: as proteínas de elevada digestibilidade minimizam a produção de resíduos nitrogenados no sangue;


Agentes alcalinizantes podem ajudar a prevenir a acidose metabólica, a qual contribui para osteodistrofia renal secundária (provocando dor óssea) e para a perda de apetite do animal;


Pode tornar-se necessário tratar a hipocalemia com suplementos de potássio;


A utilização de agentes quelantes do fósforo intestinal ajudam a minimizar os efeitos extra-renais da hiperfosfatemia e do hiperparatiroidismo, especialmente, a osteodistrofia renal e a calcificação vascular, que afetam a qualidade de vida do animal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Doria-Rose VP, Scarlett JM. Mortality rates and causes of death among emaciated cats. J Am Vet Med Assoc 2000; 216: 347-351.
2. Barber PJ. Parathyroid hormone in the ageing cat. PhD Thesis 1999; University of London.
3. Brenner BM, Meyer TW, Hostetter TH. Dietary protein intake and the progressive nature of kidney disease: the role of hemodynamically mediated glomerular injury in the pathogenesis of progressive glomerular sclerosis in aging, renal ablation and intrinsic renal disease. N Engl J Med 1982; 307: 652-659.
4. Adams LG, Polzin DJ, Osborne CA, et al. Effects of dietary protein and calorie restriction in clinically normal cats and in cats with surgically induced chronic renal failure. Am J Vet Res 1993; 54: 1653-1662.
5. Finco DR, Brown SA, Brown CA, et al. Protein and calorie effects on progression of induced chronic renal failure in cats. Am J Vet Res 1998; 59: 575-582.
6. Brown SA, Brown CA, Crowell WA, et al. Beneficial effects of chronic administration of dietary omega-3 polyunsaturated fatty acids in dogs with renal insufficiency. J Lab Clin Med 1998; 13: 447-455.
7. Barber PJ, Rawlings JM, Markwell PJ, et al. Hypercalcemia in naturally occurring feline chronic renal failure. J Vet Intern Med 1998; 12: 223 (abstract 102).
8. Buranakarl C, Mathur S, Brown SA. Effects of dietary sodium chloride intake on renal function and blood pressure in cats with normal and reduced renal function. Am J Vet Res 2004; 65: 620-627.
9. Mathur S, Brown CA, Dietrich UM, et al. Evaluation of a technique of inducing hypertensive renal insufficiency in cats. Am J Vet Res 2004; 65: 1006-1013.
10. Elliott J, Barber PJ. Feline chronic renal failure: clinical findings in 80 cases diagnosed between 1992 and 1995. J Small Anim Pract 1998; 39: 78-85.