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Seleção genética e propagação de problemas físicos
Revista Cães & Cia, n. 301, junho de 2004
Nenhuma espécie animal tem tantas formas, tamanhos e comportamentos como os cães. Seus portes variam desde os minúsculos Chihuahua, Pinscher, Poodle Toy e Yorkshire até os enormes Dogue Alemão, São Bernardo e Terra Nova. O temperamento pode ir do muito dócil ao bastante agressivo. Uns adoram nadar, outros preferem não se molhar. E assim por diante.
Tanta diferença resulta em grande parte dos acasalamentos selecionados – aqueles feitos a partir de critérios humanos, bem diferentes dos que acontecem na Natureza. Por esse motivo, a seleção usada para fazê-los é considerada artificial.
Seleção natural x artificial
Na natureza, comente os mais aptos se reproduzem e se multiplicam, sobrepujando, assim, os indivíduos que nascem com problemas. Por esse motivo, a maioria dos animais selvagens são bastante saudáveis fisicamente e psicologicamente. Já na seleção artificial, o critério é acasalar cães a partir de suas características morfológicas (das formas físicas), fisiológicas (das funções orgânicas) e/ou psíquicas (da atividade mental, inclusive das aptidões para aprender comportamentos e tarefas). É o que aconteceu, por exemplo, na formação das raças pequenas. A preferência foi por acasalar os cães de menor porte, independentemente da capacidade para sobreviver por conta própria, em ambiente competitivo.
Existem raças caninas criadas em laboratório?
Por causa da variedade de formas físicas e de comportamentos, houve o boato da existência de raças caninas criadas em laboratório. Nenhum cão conhecido foi desenvolvido em tubo de ensaio. Mas não é impossível que, com o avanço da engenharia genética, isso venha a ocorrer.
Formas físicas diferentes e sofrimento animal
Ao tomar para si a seleção de cruzamentos, o ser humano se torna responsável pelo vem-estar dos animais da sua criação. No anseio de produzir cães diferentes, foram desenvolvidas características extremadas, que chegam a atrapalhar os cães. Buldogues têm focinho tão achatado que ficam com a função respiratória comprometida. Shar Peis, com tanta pele “sobrando”, desenvolvem micoses e infecções nas dobras. Basset Hounds podem tropeçar em suas próprias orelhas. Com coluna alongada, os Teckels freqüentemente desenvolvem males ósseos. A hiperatividade do Border Collie o deixa compulsivo demais, entre outros exemplos.
Seleção artificial e doenças herdadas
Juntamente com os genes das características visíveis, são repassados genes “invisíveis” – aqueles que, apesar de presentes, não se manifestaram no indivíduo, mas que, provavelmente, afetarão descendentes. Alguns acarretam propensão para males como displasia coxofemoral, surdez, miopia, diversas doenças de pele e problemas psicológicos.
Cães hiperativos, medrosos e compulsivos
A seleção de comportamentos visando a aptidão para determinadas tarefas que alguns cães já nasçam com predisposição para ser guardada, outros para pastorear ou caçar, etc. O problema é que a maioria dessas raças é usada, hoje em dia, para companhia. Assim, um cão com muita energia, necessária para longas jornadas de trabalho nos campos, ficará hiperativo e compulsivo se levar vida sedentária, e estará sujeito a problemas de comportamento.
Pensar no bem-estar
Precisamos evitar a seleção proposital de características que prejudiquem os cães. Devemos, por exemplo, preferir a seleção de Buldogues que não tenham focinho tão achatado ou que não desenvolvam problemas respiratórios. Convém optar por Shar Peis não tão enrugados ou que sejam mais resistentes a problemas de pele. É recomendável preferir os Border Collies menos compulsivos e menos hiperativos.
Também não devemos reproduzir cães com problemas psicológicos ou que partem genes de doenças, mesmo que sejam campeões de beleza.
Processo Genético Canino:
Avaliação Científica das qualidades genéticas
Escolha dos reprodutores no trabalho de criação
A identificação da capacidade reprodutora
A conservação do tipo.
Uma raça propaga-se e difunde-se conforme as suas
Qualidades e as características dos seus elementos típicos.
No momento da fecundação, o conjunto das característi cas genéticas dos progenitores, que se distribuem através de pontos bem marcados ao longo dos respectivos eixos dos cromossomas, fundem-se num único conjunto, que se separa depois, dando lugar e origem a um novo organismo dispondo de uma característica genética própria.
Esta operação de crossing, que durante a sua realização se afina através de inúmeras possíveis variantes de predominân cia, assim como de receptibilidade, diluição e fortalecimento, constitui a verdadeira chave para que o cruzamento possa ter sucesso.
O facto que prevaleça uma certa cor de pelo ou uma expressão característica da raça ou angulações, está intima-mente ligado com a predominância de um gene sobre outro. O mesmo pode ser afirmado a propósito da prevalência dum caracter de timidez em contraposição a um carácter de agressividade.
Falar de fenótipo, é falar da constituição aparente de um ser vivo em relação ao ambiente, enquanto que o termo genótipo se refere ao conjunto dos seus genes. Tanto um como o outro estão sujeitos a solicitações e a transformações. Mas quando se trata de um cão de raça pura estas modificações são, fundamentalmente, resultado do trabalho do criador.
O criador assume, pois, o ónus de garantir a continuação da espécie canina e na sua acção, introduz mudanças fenotípi cas e genotípicas.
As raças caninas caracterizam-se pela sua homogenei dade de tipo comum, diferenciando-se cada uma delas. Assim, a característica genética de um Maltês é diferente da dum Mastim, embora ambas as raças pertençam a espécies caninas familiares.
Nunca nos devemos esquecer que cada raça foi fixada depois de se terem obtidos os fundadores originais, que correspondiam aos cânones standard, através de cruzamentos de consanguinidade directa. Por este motivo existe um número muito alto de genes em homozigose, que estão presentes nas raças puras. Infelizmente, também pode acontecer que se encontrem presentes caracteres que, normalmente, têm a tendência para recuar ou regredir e que apenas se manifestam nos casos de criação com consanguinidade.
Quando a íris tem uma cor cinzento-azulada, significa que está sob a influência de um gene que tem a tendência para regredir / recuar. Portanto, manifesta-se quando este caracter se encontra no genotipo de um ou ambos os progenitores.
Durante o trabalho de criação de cães de raças puras, a selecção pode ser efectuada com base em três métodos diferentes de união, que, por sua vez, correspondem a três variantes de modalidade:
Line-Breeding
que significa que a criação se realiza no quadro de uma única famfiia genética: por exemplo, quando um sujeito aparece três ou quatro vezes como avô ou bisavô e depois, sempre, como pai dum sujeito diferente.
In-Breeding
que significa que a criação se realiza dentro do quadro da mesma famfiia, entre sujeitos consanguíneos. Trata-se, aliás, duma diferença muito subtil, pois limita-se apenas à quanti dade do mesmo sangue. Explican~io melhor, varia apenas o coeficiente de consanguinidade (Indice de Wright), o qual aumenta cada vez que um progenitor passa a fazer parte do pedigree. Seja como for, também neste caso temos uma união por consanguinidade.
Out-Cross
neste caso e pelo contrário, temos uma união entre sujeitos entre os quais não existe nenhum grau de parentesco. Este método tem como objectivo a criação com uma heterogeneidade de caracteres hereditários. Esta técnica é útil quando se tenciona diluir a consanguinidade nos casos em esta que seja demasiado alta, no objectivo de corrigir taras hereditárias que estejam em correlação com ela. Esta técnica serve, pois, para diluir as características que pertençam a um determinado tipo. Pode ser usada temporariamente, podendo o criador regressar à linha de consanguinidade e voltar a dar homogeneidade ao próprio tipo.
Se observarmos a evolução da raça Bulldog Inglês, podemos perceber bem o poder que pode ter uma operação por indução técnica.
Nesta raça, foram introduzidas profundas diferenças na estrutura dos ossos, nos membros (braços e pernas) e no crânio, particularmente no que respeita à colocação da mandíbula e dos dentes. Foi aumentada a amplitude do tórax, através do desenvolvimento dos órgãos internos anteriores, reduzindo a importância do abdómen e da bacia.
Trata-se, assim, de uma série de modificações que deram origem a um organismo que se adapta muito bem a prender e agarrar objetos, com focinho prognata, narinas amplas, pulmões potentes com, inclusivamente, presença de ruga, construída para evitar que o cão pudesse sufocar com o sangue do touro que atacava. Todas estas ações de tipo genético tinham como objetivo criar uma máquina destinada a assaltar, agarrar e prender.
As capacidades do processo de criação podem chegar a este ponto. Inclusivamente, podem mesmo ser exageradas certos aspectos do caracter que se encontram nos limites pos síveis da compatibilidade biológica, e assim, propositada-mente criar sujeitos para serem utilizados com objetivos específicos.
Uma selecção assim tão exagerada, pode criar muitas interrogações, particularmente quando pensamos que depois o animal vai acabar por ter problemas d e reprodução e movi mento.
Mas na sua acção, a própria natureza também faz destas seleções. Basta observar o crocodilo (membros curtos, amplo corpo, enorme boca) ou a foca, entre outras criaturas orientadas biologicamente para darem o máximo rendimento, na caça ou na pesca.
Seja como for, todos temos uma grande responsabilidade no sentido de tentar selecionar sujeitos que possam ser inseridos na natureza de maneira feliz.
Quando se tem que sele cionar um reprodutor, a maior dificuldade consiste em conseguir identificar e isolar um carater hereditário. E um trabalho extremamente árduo o de fixar o genótipo, por causa da variabilidade dos alelos que participam no processo de determinação do caracter. Por exemplo, tomando em consi deração só a cor do pelo, à qual muitas vezes está ligada a cor dos olhos, só nestes entram em jogo mais de dez alelos.
Por todas estas razões, somos obrigados a sublinhar a importância fundamental que é preciso dar à análise dos ascen dentes e dos sujeitos colaterais, quando se faz um programa de seleçao dos reprodutores. No momento em que se da a uniao, é aconselhável não esquecer que não se trata apenas dum macho que está a cobrir uma fêmea. De fato e se me per mitem, trata-se dum amor de grupo.
Com isto, quero dizer que os ascendentes do macho e da fêmea estão todos presentes, participando nessa união.
Todos presentes, prontos para deixarem a marca do peso genético dos aspectos dominantes e para procurarem o espaço de que precisam, para fixarem a sua força nos pontos em que os elementos regressivos são mais fracos.
Sinto o dever de fazer uma observação: muitas vezes as características desejadas têm um comportamento regressivo. Esta observação refere-se, sobretudo, às características mais exageradas, visto que são muito distantes da lei da natureza.
A seleção feita com sujeitos com muita abundância de rugas e dobras, tais como o Mastim Napolitano, Bloodhound, Shar-Pei, apresenta constantes dificuldades na ação de fixação de certas características. De facto, elas representam, mesmo, as maiores dificuldades.
Já se verificou que, quando se faz a união entre um sujeito com muita abundância de tecido sub-cutâneo e outro sem atributos semelhantes, os descendentes nascem com poucas rugas e com poucas dobras. Se, por outro lado, se cruza um Mastim Napolitano com cães de raça afins, notamos que as rugas e as dobras até desaparecem.
Embora ainda não tenha podido chegar a uma conclusão firme, as minhas reflexões levam-me a acreditar que é a car acterística de lassidão da camada sub-cutânea que se com porta de modo regressivo, como uma via para se tutelar biologicamente. Esta camada sub-cutânea muitas vezes é portadora de anomalias, como o entrópio (reviramento para dentro das margens das pálpebras) e o ectrópio (reviramento para fora), que são patologias dermatológicas.
Esta propensão para criar uma fórmula de tutela biológi ca mostra a força da natureza, a qual orienta os organismos no sentido de fortalecerem as características que sejam compatíveis com a sobrevivência.
Quando se faz uma análise atenta da árvore genealógica de ambos os reprodutores, é possível encontrar a presença de determinadas linhas de sangue. E evidente que, se houvesse uma imagem em correspondencia com cada nome, o trabalho seria muito mais simples.
No entanto e de certo modo, o trabalho toma-se mais fácil para os criadores especialistas, que seguem uma raça de perto, que participam sempre em exposições caninas e em encontros da especialidade e que recebem constantes informações sobre os problemas que representam, no dia a dia, uma preocupação para a raça que criam. Estes criadores conseguem, assim, ter sempre ideias bem claras acerca do tipo de genealogias que é preciso inserir nos seus próprios programas de criação.
A imagem visível de um cão fica gravada na memória por longo tempo. I,embramo-nos bem das suas qualidades e dos seus defeitos. E surpreendente como, depois de tantos anos, se continua a ouvir falar da cor dos olhos dum determinado os problemas de uma raça canina estão em constante evolução, não tendo, portanto, alguma utilidade em estar a dar indicações genéricas. Existem fases nas quais o problema pode estar ligado à inclinação da garupa, noutras em que o problema pode consistir na inserção da cauda ou ainda no movimento.
Todos os criadores qualificados, apoiados por uma Associação que tenha uma atividade constante e tecnica mente evoluída, deveriam ter condições para poder encontrar o remédio certo para todos os problemas, à medida que eles forem aparecendo.
DETERMINAÇÃO DA LINHA GENÉTICA
Para facilitar a compreensão, vamos começai por identi ficar o fundador duma linha de famfiia.
Obviamente, tem que ser um sujeito que corresponda ás nossas expectativas e que esteja muito próximo do tipo de cão estabelecido pelo Estalão.
Esse sujeito tem que ter qualidades rácicas bem pronunciadas e marcadas, nomeadamente no que respeita à expressão, movimentos e atitude e disposição para o trabalho definidas para a raça. Além disto, o sujeito deve estar isento de taras hereditárias.
A fase seguinte consiste na identificação das potenciali dades reprodutoras do nosso macho e da nossa fêmea, para a criaçao.
A força genética, é a capacidade que o reprodutor possui de transmitir aos filhos as suas próprias qualidades. A capaci dade reprodutora do sujeito é, pois, definida~pela qualidade do conjunto de elementos da sua estrutura genetica.
O seu ‘genótipo consiste no resultado da influência exercida e os ascendentes, bem como pelos sujeitos colaterais diretos.
A homozigose para os elementos dominantes positivos, está relacionada com a capacidade de tomar fixas as suas qualidades no conjunto da sua estrutura genética.
Se o reprodutor não corresponder a tais requisitos, não deverá ser selecionado para ser o fundador duma família genética.
A identificação dum potencial fundador duma família genética, não significa que este, necessariamente, tenha que ser um macho. Antes pelo contrário, foram já criadas grandes linhas de sangue que tiveram origens em fêmeas importantes. Normalmente, os criadores têm duas atitudes relativamente às fêmeas reprodutoras:
- há os que preferem que sejam as fêmeas a assegurar um cunho e marcas determinantes no que respei ta ao tipo da prole / linhagem da descendência;
- por outro lado, há os que se orientam para fêmeas reprodutoras que sejam somente ‘portadoras' isto é, que deixem todo o espaço ao macho para poder impor a sua força genética. Este caso acontece; sobretudo, em raças em que existem grandes diferenças somáticas entre o macho e a fêmea (dimorfismo sexual) e, de forma particular, quando as características são mais um privilégio ou atributo do macho do que na fêmea.
Só aparentemente existe pouca capacidade de decisão genética da fêmea. Na verdade, as fêmeas condicionam as linhas genéticas exatamente como os machos.
De fato, pode ficar-se com uma impressão diferente na primeira geração. Mais tarde e com o passar do tempo, na segunda ou terceira geração, eis que vemos voltar a aparecer a presença da linha feminina.
Quando se começa utilizando uma reprodutora como fundadora duma família genética, existe a desvantagem que se obtém um número de filhos inferior se comparados com os do macho. De todas as formas, quando se encontra uma boa fêmea que morfologicamente corresponda ao tipo da raça e que tenha potencial genético para se transmitir a si própria, é o mesmo que dar origem a uma linha de sangue. No principio, para se selecionar através duma linha feminina e começar com características bem fixas, é necessário agir com in-breeding, isto é, com consan guinidade entre avô e neto.
E fundamental que se faça um exame da prole/descendência, que terá que ser avaliada juntamente com,a análise do nível médio dos sujeitos produzidos.
E evidente que é muito mais válido usar um reprodutor que dê origem a dez filhos de qualidade média, do que, por exemplo, um campeão e mais nove filhos de baixo nível.
Se, para além de todas as características acima men cionadas, estivermos perante um reprodutor macho ou fêmea, que também é Campeão de Beleza Italiano e que tenha uma boa propensão para o trabalho, poderemos então afirmar que se trata dum sujeito de boa estirpe e transmissor das características rácicas.
Na natureza frequentemente acontece que, duas coisas iguais dão origem a resultados iguais.No campo da genética isto significa que temos maiores possibilidades de obter resultados homogéneos entre dois produtores que apresentem qualidades em comum.
A disposiçao das rugas ou a distribuição das manchas pelo corpo, o tamanho, a textura do pelo, os movimentos, a expressão e a cor dos olhos, tudo isto pode ser fixado dum modo mais eficaz e com maior facilidade quando existem muitas semelhanças entre os progenitores.
Através duma análise da ninhada pode reconhecer-se a boa qualidade duma união.
Quando uma ninhada é homogénea no que respeita ao tamanho, cor e, sobretudo, ao equilíbrio na relação entre o focinho e o crânio e à expressão, fica provado que é bom o índice de compatibilidade com um dos progenitores, pode, com grande probabilidade, conseguir também o respectivo genótipo.
De seguida, o primeiro passo que se tem que dar, será o da seleção dos recém-nascidos.
Como primeira tarefa, há que fazer um exame muito atento do desenvolvimento e da dentiçao.
Normalmente aconselha-se a conservar no próprio recinto do criador os sujeitos que nasceram e que têm qualidades boas e de interesse, pelo menos até os cachorros atingjrèm um ano de idade.
E a partir desta altura que se reduz ao mínimo a margem de erro na escolha dos reprodutores.
Estas são as primeira fases necessárias para o estabeleci mento e disponibilidade duma linha de sangue. Tudo o resto está nas mãos do criador e na sua capacidade de seguir, com tenacidade, o objetivo que se propôs alcançar.
A realização máxima tem lugar quando se conseguem produzir sujeitos com fortes e típicas características da raça em questão, com uma boa estrutura, que bem correspondam ao tipo standard e que sejam homogéneos na sua tipicidade. Sujeitos em perfeita linha com o tipo, mas que apresentem diferenças subtis para que se possam distinguir dos outros cães da mesma raça.
Quase como uma marca de fábrica.
Só então um criador pode ter a certeza de ter amplamente merecido a possibilidade de ter um afixo para criação.
Se, depois, acontecer que tais características peculiares não sejam apreciadas e do gosto de outros criadores da mesma raç a, tendo estes diferentes disposições nos seus programas de seleção, dando origem a linhas de criação pessoais, tudo isto de constituir o segredo para uma boa evolução duma raça.
No entanto, de facto, fica-se assim com a disponibilidade duma reserva genética que, obviamente, respeite as características standard e da qual se pode sempre partir para fazer seleções entre linhas de sangue paralelas.
A redução, a diluição das linhas de sangue, a impossibili dade de se poder escolher entre diferentes troncos genéticos originais, é um problema mais grave e nocivo do que o do decréscimo da própria raça.
Uma raça o e retroceder por falta de linhas genéticas bem,definidas.
E restritivo fazer seleções exclusivamente a partir de campeões de beleza ou de trabalho. Esta situação torna-se ainda mais restritiva quando surge um campeão que se revela um ótimo exemplar da raça. Na primeira geração os resulta dos são fabulosos, porque, normalmente, o macho reproduz numerosos campeões e então todo o mundo fica em fila de espera “de visita ao sultão”. Só ao longo do tempo é que damos conta que nele existem muitas linhas de sangue. nas quais, por seu lado, está presente e de forma mesmo muito acentuada, uma consanguinidade exagerada.
A conservação de linhas de sangue alternativas oferece a possibilidade de introduzir cortes genéticos preciosos, para voltar a dar a seiva vital à raça.
* Dr. Nicola Imbimbo
Médico Oncologista, Criador da Raça Mastim Napolitano”, Juiz internacional, autor de vários trabalhos científicos publicados em livros e revistas italianas da especialidade.
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Terapia Animal
Trata-se do recurso a animais em programas de apoio, que auxiliam a recuperação fisica ou psicológica de crianças e adultos. Os seus principais objetos são:
Idosos em lares
Pessoas fragilizadas fisicamente ou hospitalizadas.
Crianças e adultos com problemas de aprendizagem ou com deficiência mental
Crianças e adultos fragilizados psicológicamente
Crianças provenientes de familias em risco e adultos com problemas sociais e de adaptação.
O que é um animal de terapia.
Trata-se de um animal que pelas suas caracteristicas comportamentais e/ou morfológicas, aliado a um treino específico permite a recuperação de traumas ou auxilia na aprendizagem. Atua geralmente com a supervisão do dono ou treinador preparado para a sua função.
Nem todos os animais podem ser animais de terapia.
Um animal de terapia deve ser calmo e inspirar confiança em quem o irá manejar, deverá sustentar o olhar das pessoas, gostar de que lhe façam festas, o abracem e toquem, mantendo-se calmo perante movimentos bruscos e barulho alto. Um animal que rosne, fuja, demonstre impaciência ou seja nervoso não servirá para trabalhar. Se não interage, não poderá auxiliar ninguém.
Cães e Gatos
Cães e Gatos ajudan-nos a viver melhor e a superar as situações estressantes do nosso dia a dia.
Os cães são muito usados em terapia, inclusivamente raças injustamente mal entendidas, como o rottweiler ou o pit bull que pela sua autoconfiança e autodominio é um excelente animal de apoio e usado pelas equipes de terapeutas.
Desde os casos referidos anteriormente, passando pelas enfermarias de hospitais até aos lares de idosos, as suas visitas permitem um aumento da auto-estima e do bem estar. Crianças com problemas tornam-se mais abertas e comunicativas .
O estabelecimento prisional de Monsanto-Portugal possui um canil onde as pessoas podem deixar os seus animais de férias, sendo o seu tratamento da responsabilidade dos reclusos como parte do programa de recuperação, na interação com os outros presos e com os guardas prisionais..
O simples fato de acariciar um cão ou gato é calmante e parte da recuperação passa pelo bem estar psicológico. Um cão ou um gato numa enfermaria pediátrica humaniza o ambiente ainda mais que a simpatia das enfermeiras.
Um cão, um gato ou uma ave, são por vezes o único suporte dos idosos sem familia e a sua razão última de viver, diminuindo a sua carga de ansiedade e evitando depressões.
Nas escolas, um pet junto as crianças e adolescentes aumenta a auto-estima e o propriedade resposável, bem como de responsabilização perante a sociedade.
Cães e Gatos ajudan-nos a viver melhor e a superar as situações estressantes do nosso dia a dia
Os cães de terapia são aqueles treinados para visitar instituições com altas taxas de depresssão e estresse como hospitais, asilos, orfanatos e presídios. Esses cães realizam um trabalho que consiste basicamente em dar carinho e atenção a pessoas que precisam, fazendo com que se sintam melhores e menos solitárias, dininuindo taxas de depressão e auxiliando na recuperação de doentes e na reabilitção de detentos.
O impacto da atuação dos cães nestes casos é bastante profundo e têm demonstrado excelentes resuldados em todos os locais em que a prática foi implantada. Os projetos de Terapia assistida por animais ou TAA, estabelecidos em todo o mundo a partir da década de 80 tiveram como base as propriedades possitivas do convívio com os cães que foram demonstradas pelos trabalhos de diversos pesquisadores.
Estes estudos mostraram que pessoas que convivam com cães ou gatos têm a pressão arterial mais regular e níveis melhores de colesterol e triglicérides que as demais pessoas (Warwick Anderson 1987-1990); Um outro estudo levando em consideração pessoas que sofrem de pressão alta e que precisam controlá-la com remédios foi realizado em 1999 por Karen Miller Allen e determinou que pessoas com cães ou gatos tinham menores variações de pressão por estresse; Um estudo mostra ainda que conviver com animais de estimação diminui a incidência de depressão em idosos (Thomas Garrity 1987); A presença de cães em casa também aumenta a sobrevida de vítimas de enfarte de miocárdio (Erika Friedmann 1995); Outros estudos afirmam que o convívio de crianças com cães desde pequenas diminui a incidência de asma e rinite alérgica (Bill Hesselmar 1991 – Sami Remes 1980); Um outro aspecto estudado é o de estimular a interatividade em pessoas autistas (june McNicholas 1995).
O trabalho de cão de terapia é voluntário e deve envolver também o dono, é um serviço filantrópico que no Brasil está representado pelo projeto cão do idoso com atuação na cidade de São Paulo. Os participantes afirmam que o contato com os cães é grandemente esperado pelos idosos das casas de repouso visitadas, as visitas são fotografadas e cópias dos retratos dadas aos idosos que as guardam de lembrança. Deve-se lembrar que não é qualquer cão que pode simplesmente sair visitando estas instituições de qualquer maneira. Cães não aptos ao serviço de TAA podem desde estranhar às pessoas com as quais eles deveriam interagir até demonstrar indiferença podendo causar sentimentos de rejeição.
Cavalos e Burros
A Hipoterapia e asinoterapia são muito importantes no acompanhamento de crianças com paralisia cerebral, autismo, hiperatividade e síndrome de Down, tanto em termos fisicos, como em termos de ligação emocional. Não só o montar o animal ou interagir com o mesmo, como, consoante o caso, tratá-lo , em termos de o alimentar e escovar, é benéfico para a coordenação motora e para o amor próprio. São exemplos já seguidos no nosso país com excelentes resultados. Em países como os Estados Unidos e Inglaterra a terapia com golfinhos é igualmente utilizada com muito sucesso como coadjuvante da hidroterapia.BULDOGUE FRANCÊS
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Agende uma agradável visita para adquirir seu filhote e faça belo passeio no santuário ecológico com a Mata Atlântica preservada