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PETCLUBE Cães e gatos criados c amor para companhia Facilitando a Preservação da Mata Atlântica com incremento no Lençol Freático e mitigação do Aquecimento Global.
DOENÇAS REPRODUTIVAS CONGÊNITAS
Definições
São mais comuns em cães de raças puras. Defeitos causados por genes recessivos aparecem apenas em descendências que são homozigóticas para genes mutantes. Como a descendência defeituosa e incapaz de reproduzir-se, as defeitos muitas vezes são omitidos numa geração. Defeitos causados por genes dominantes não omitem gerações. Animais com o defeito podem produzir não só animais normais como defeituosos.
Dominância incompleta ocorre quando dois animais gravemente afetados se cruzam e 25% de sua descendência são normais, 50% são ligeiramente defeituosos e 25% são gravemente defeituosos.
Superdominância ocorre quando dois animais superiores se cruzam e 25% de sua descendência são normais, 50% são superiores e 25% são defeituosos. Animais aneoplóides têm um número normal de cromossomos. Trissomia é um aumento no número normal de cromossomos, monozomia é uma diminuição do número normal de cromossomos.
O diagnóstico de doenças reprodutivas congênitas é geralmente baseado no exame físico, na laparotomia exploratória, na biópsia e possivelmente na cariotipagem.
Doenças Específicas
Síndrome XXY (Síndrome de Klinefelter) é uma trissomia XXY que resulta em esterilidade e hipoplasia dos testículos e órgãos sexuais tubulares e acessórios. Na Síndrome XO (Síndrome de Turner) os animais parecem ser fêmeas, mas são curtos e tem uma genitália infantil. A doença pode ser suspeitada numa “fêmea” que não tenha evidenciado estro aos 24 meses de idade. Na Trissomia XXX os animais afetados serão geralmente inférteis e mostram ciclos estrais anormais.
Hermafroditas verdadeiros tem tanto tecido ovariano como testicular como ovotestes ou um de cada. A maioria tem um par de cromossomos XX, mas ocasionalmente pode haver outras combinações (ex: XX/XY, XX/XXY). Animais com cromossomos XX/XY têm normalmente um tecido semelhante ao do testículo.
Doenças Sexo-gonadais
Inversão sexual XX denota um indivíduo com par de cromossomos XX e tecido testicular. Síndrome do macho XX denota um indivíduo com um par de cromossomos XX e um útero completo, mas apresenta testículos bilaterais que não desceram.
Doenças do Sexo Fenotípico
Com as doenças do sexo fenotípico, os cromossomos e as gônadas combinam, mas a genitália é ambígua. Insuficiência gônadal prematura deve ser considerada se o estro não é observado aos 24 meses de idade.
Pseudo-hermafroditas femininas têm cromossomos XX e ovários, mas a genitália interna e externa são masculinizadas (ex: hipertrofia clitoriana). A condição pode resultar de andrógenos endógenos ou administração de progesterona durante a gestação ou administração crônica de andrógenos. O animal afetado pode atrair machos ou desenvolver hiperplasia endometrial cíclica, piometra ou acúmulo de urina na vagina. O tratamento recomendado é a ovariohisterectomia.
Pseudo-hermafroditas masculinos têm cromossomos XY e testículos, mas a genitália é feminina. Hipospadias é caracterizada normalmente por um orifício urinário ventral e proximal ao local normal nos animais machos. Pode ser necessária uma cirurgia para reposicionar o orifício uretral. Os animais afetados são muitas vezes criptorquidas e podem ter hipoplasia peniana simultânea.
Criptorquidismo é a falha em descer o testículo, e uma das doenças mais comuns do sexo fenotípico. Pensa-se que e uma doença ligada ao sexo autossômica recessiva e é mais comum em Boxers, Bulldogs ingleses, nos Chihuahwas, Dachshunds miniaturas, Malteses, Pequinês e Pomeranians, Poodles miniatura e Toy, Schnauzers miniatura e Pastores de Shetland.
Suspeita-se de criptorquidismo se os testículos não estão presentes no escroto por volta das oito semanas de idade. O diagnóstico é confirmado quando os testículos ainda não desceram por volta dos 4 ou 6 meses de idade. O tratamento normalmente compreende a castração. O tratamento hormonal para tentar induzir a descida do testículo e controverso.
Animais com testículos que não descem tem maior risco de desenvolver tumores de células de Sertoli.
Referência: SHAW, Darcy H; IHLE, Sherri L. Medicina interna de pequenos animais. Porto Alegre: Artmed, 1999.
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/RB136%20pag50.pdf
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ABORTAMENTO NÃO INFECCIOSO ESPONTÂNEO
Por serem monoéstricas, o parto é seguido por um período de anestro, não sendo possível prever o estabelecimento do próximo cio, porém o útero retorna ao tamanho pré-gravídico dentro de 4 semanas. O lóquio inicial e esverdeado, tornando-se mucóide e avermelhado em cerca de 12 horas pós-parto. A descamação da camada epitelial do endométrio se inicia 6 semanas pós-parto e se completa em 7 a 12 semanas, ocorrendo a completa regeneração. Espera-se a eliminação dos envoltórios fetais após o nascimento de cada filhote e, mais raramente, após a expulsão de alguns ou de todos os produtos.
A retenção de placenta não e comum, ocorrência em eventuais distocias ou parto demorado, podendo ser uma condição temporária quando o feto bloqueia a canal do parto. Se a placenta permanecer retida por 12 a 24 horas, ocorre metrite aguda e o tratamento clínico ou histerectomia devem ser realizados pelo risco de ocorrer a necrose da parede uterina em 4 a 5 dias, particularmente nas regiões de implantação. Os envoltórios podem ser tracionados suavemente e, nas raças pequenas, é possível massagear o útero para tentar expulsar a placenta via cérvix. Tratamento com ocitocina e gluconato de cálcio a 10% podem ser instituídos, bem como a cobertura antibiótica preventiva e tratamento de suporte que se fizer necessária.
Na vigência da metrite séptica, febre, corrimento vaginal fétido, sinais de toxemia, pulso rápido e desidratação, deve ser considerado o tratarnento cirúrgico.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-95962000000300009
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BRUCELOSE CANINA
É fato bastante conhecido que a cadela é receptiva á infecção natural e experimental pelas diversas variedades de brucela, especialmente pela brucella abortus. Nos últimos anos, uma série de abortamentos ocorridos, principalmente nas criações de “beagle” nos Estados Unidos, permitiu isolar uma variedade de brucela, para a qual foi proposta a denominação de brucella canis.
Na fêmea, o abortamento é o principal sintoma. Estes abortamentos surgem sem sinais premonitores, ocorrendo geralmente o redor do 40° ou 50° dia da gestação, são seguidos de corrimentos vaginais, podendo persistir por várias semanas. A fecundidade posterior freqüentemente é comprometida. Toda fêmea coberta várias vezes sem êxito ou que abortam 2 a 3 semanas antes do término da gestação, deve ser considerada suspeita de brucelose e examinada sob este ponto de vista. O feto se contamina no útero e pode nascer normalmente.
No macho, a doença se manifesta por diversos sintomas: dermatite escrotal, epididimite, atrofia testicular geralmente unilateral e esterilidade. Os animais doentes perdem a vitalidade, os gânglios linfáticos e o baço são hipertrofiados. A transmissão natural se dá por contato com as descargas vaginais, com os abortos e com as membranas fetais, assim como por ocasião do coito. Experimentalmente, a doença foi reproduzida pelas vias oral, subcutânea, endovenosa e intravaginal, a bacteremia é de longa duração e o bacilo se localiza essencialmente ao nível dos gânglios linfáticos, do baço, do pulmão e dos órgãos reprodutores masculinos.
O diagnóstico baseia-se no isolamento do bacilo a partir dos abortos ou dos órgãos afetados, ou ainda na aplicação das provas sorológicas, principalmente a aglutinação. Não existe atualmente qualquer terapêutica preventiva ou curativa desta afecção. As medidas higiênicas habituais serão tomadas em casos de abortamento e os machos reconhecidos como afetados serão descartados da reprodução.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/pag%20167%20v29n3-4.pdf
http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/V69_4/megid.pdf
http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL11.pdf
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PROLAPSO VAGINAL
Nos carnívoros, a ocorrência é relativamente rara durante a gestação, podendo ocorrer durante o parto, quando rapidamente evolui para prolapso uterino.
A patologia deve ser diferenciada da hiperplasia vaginal que ocorre em cadelas durante o cio. A hiperplasia vaginal, em cadelas, é um evento fisiológico que ocorre durante a fase folicular, diretamente relacionada aos elevados níveis de estrógeno presentes durante o cio. O aumento do estrógeno determina a presença de edema vaginal e vulvar que pode tornar-se patológico nas situações com edema exagerado. Esse faro, aliado ao relaxamento dos ligamentos vaginais, permite a exteriorização de porções específicas da parede vaginal. Com a evolução do processo e aumento da irritação da mucosa exposta, pode ocorrer prolapso total exibindo, nesse caso, o meato urinário externo.
Embora observada preferencialmente em algumas raças, como a Boxer e Bulldog, nas quais a condição pode ser hereditária, acomete também cadelas de grande porte e de pele muito solta, sendo inclusive diagnosticada em cadelas sem raça definida a partir do primeiro estro, com tendência a recidivas nos ciclos subseqüentes.
Pode ser classificada de 1° ou 2° graus, na dependência do volume de mucosa exposta e, embora a causa primária seja o hiperestragenismo, podem também colaborar para o agravamento do quadro tenesmo, cobertura interrompida forçadamente e tamanho incompatível entre o macho e a fêmea.
A mucosa vaginal exposta está sujeita a todo tipo de traumatismo e contaminação pelo atrito com o solo durante o ato de "sentar" do animal. Esperam-se ainda a desidratação local, processo irritativo por lambedura, lacerações superficiais ou profundas, presença de corpos estranhos e fezes, eventual dificuldade para urinar e defecar e, nos casos extremos, necrose superficial, perda tecidual ou automutilação.
O diagnóstico da hiperplasia vaginal não oferece dificuldade. Deve basear-se na idade, fase do ciclo estral e exame clínico criterioso, procedendo-se exclusão de eventuais tumores, bem como de prolapsos vaginais e uterinos, que ocorrem durante a gestação ou parto.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fzva/article/viewFile/2148/1657
http://www.revista.inf.br/veterinaria05/anais/artigo24.pdf
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TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO - TVTC
O tumor venéreo transmissível das cadelas caracteriza-se como uma neoplasia transmissível pelo coito. A localização preferencial dessa neoplasia é mucosa da venitália externa de caninos, podendo, entretanto, acometer outras áreas cutâneas como pele; mucosas oral, nasal e conjuntival e, em alguns casos, apresenta metástase em outros órgãos. Essas neoplasias raramente involuem espontaneamente.
As sinonímias são: Tumor de Sticker, Granuloma Venéreo, Sarcoma Infeccioso, Linfossarcoma Transmissível e Histiocitoma.
Etiopatogenia
Alguns autores atribuíram a origem dessa neoplasia à infecção causada por um vírus, embora não exista nenhuma evidência, até o momento, que confirme esta teoria. Todavia, está comprovada a natureza transmissível desta neoplasia, relacionando a transmissão com a esfoliação de células dos órgãos genitais, provenientes do animal contaminado, que durante o coito são transferidas para a genitália do animal sadio. Como durante a cópula dos caninos ocorrem, normalmente, lesões com solução de continuidade da mucosa genital, as células tumorais esfoliadas têm possibilidade de se implantar no trato genital do animal sadio.
Às vezes, os cães podem se contaminar pelo hábito de cheirar e lamber a genitália de outros animais e, da mesma forma, pelo costume dos mesmos se limparem, lambendo seus órgãos genitais externos: assim explicar-se-ia o aparecimento das lesões tumorais em outras mucosas e tecidos (pele da face, mucosa bucal, mucosa nasal - das vias respiratórias e pulmões e conjuntivas). A promiscuidade existente entre animais criados sem controle sanitário ou entre cães errantes e abandonados é a grande razão da disseminação da enfermidade.
A presença de metástase tumoral em outros órgãos tem sido reportada por vários autores, sendo comum a descrição da ocorrência em: linfonodos inguinais superficiais e ilíacos externos; no fígado; baço; pulmão e cérebro.
Sintomas
A fase incipiente da enfermidade, isto é, do contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas, representa um período variável de 45 a 60 dias, com os primeiros sintomas aparecendo na genitália externa na forma de nódulos isolados ou múltiplos, lisos ou irregulares, podendo algumas vezes apresentar ulceração. A presença de secreção vulvar é manifestação, freqüentemente observada, inicialmente, em quantidade reduzida, tornando-se abundante e de coloração sanguinolenta à medida que o processo tumoral evolui. Com o desenvolvimento da tumoração observam-se alterações típicas da morfologia da vulva e do vestíbulo vaginal, com a deformação de suas estruturas, assumindo forma de “couve-flor”, pendulada, papilomatosa ou multilobulada.
Na fase final do desenvolvimento a neoplasia atinge completamente a vagina, cérvix e útero. E, nos casos crônicos, a tumoração ocasiona compressão das áreas adjacentes, determinando coprostase e dificuldade de micção, assim como, freqüentemente, apresenta ulceração, com hemorragias superficiais, responsáveis por quadro anêmico.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico da neoplasia veneres transmissível dos cães (Tumor de Sticker) baseia-se nas informações obtidas na anamnese e, fundamentalmente, no resultado do exame clínico. No histórico é significativa a informação de cópula recente, com inúmeros machos sem controle sanitário. Associado à mencionada informação, devem ser destacadas as observações das típicas formações tumorais.
Prognóstico
O prognóstico do Tumor de Sticker é considerado bom, nos casos iniciais, pois respondem de forma adequada aos tratamentos; e reservado nos casos com longo período de evolução, face à resposta variável aos tratamentos possíveis de ser realizados.
Tratamento
Antes da programação de qualquer forma de tratamento deve-se considerar a possibilidade de regressão espontânea. Pois existem até 16% de casos de Tumores de Sticker com regressão espontânea; porém essas observações foram estabelecidas pela avaliação da evolução de casos induzidos por transplante experimental.
Entre as condutas terapêuticas indicadas destacam-se os tratamentos quimioterápicos, cirúrgico e radioterápico. Com possibilidade de eles serem associados.
Quimioterapia
Vários produtos ou substâncias quimioterápicas foram utilizados com sucesso no tratamento da neoplasia venérea transmissível dos cães, em especial a última geração de drogas recomendadas em neoplasias de humanos: a Doxorrubicina na concentração de 30mg/kg de peso vivo, com dois tratamentos, intervalado por um período de três semanas. Outra possibilidade de quimioterapia do Tumor de Sticker é pela utilização da Vincristina na dosagem de 0,025mg/Kg de peso vivo. Todavia não se deve ultrapassar 1mg como dose máxima, uma vez por semana, podendo ser o tratamento realizado em ciclos de duas a sete semanas, de acordo com a regressão dos sintomas e evolução do processo.
Tratamento Cirúrgico
A cirurgia, obedecendo às modernas técnicas de excisão de formações tumorais de origem neoplásica, apresenta excelentes resultados, especialmente nos casos recentes de Tumor de Sticker nas cadelas e quando essas formações se apresentam bem isoladas e definidas.
Radioterapia
A radioterapia das neoplasias venéreas transmissíveis dos cães com aplicação de 10 a 30 Gray foi suficiente para curar, em um ano, 18 dos cães acometidos por Tumor de Sticker.
Referência: GRUNERT, Eberhard et al. Patologia e clínica da reprodução dos animais mamíferos domésticos: ginecologia. São Paulo: Varela, 2005.
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/viewFile/3884/3124
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n020205/020529.pdf
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TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL - TVT
O tumor venéreo transmissível (TVT) é um tumor proliferativo vaginal e vulvar transmitido durante o contato sexual ou social através do transplante de células neoplásicas. O TVT ocorre nos cães machos e nas cadelas mais jovens (idade média de quatro anos) e sexualmente ativos. A incidência é mais alta nas populações urbanas lotadas.
Sinais Clínicos
Os TVT podem ser solitários ou múltiplos e são massas friáveis, hemorrágicas e semelhante a couves-flores, necróticas e traumatizadas. O local mais comum na cadela é a vagina caudal, ou a junção vestíbulovaginal. Os locais extragenitais incluem a pele, a cavidade oral, a cavidade nasal e o períneo.
A metástase é rara mais geralmente ocorre nos linfonodos regionais. Uma metástase distante é possível.
Origem e Etiologia
Os tumores venéreos transmissíveis são freqüentemente transmitidos no coito ou através de um contato íntimo. Considera-se que a célula de origem provenha do sistema de monócitos-macrófagos.
Descrição
Os tumores venéreos transmissíveis tendem a ocorrer na face e na genitália externa e encontra-se freqüentemente presentes como massas semelhantes a couves-flores ulceradas.
Citologia
A citologia revela células redondas a ovóides redondas a ovóides, com núcleos redondos e numerosas figuras mitóticas. O citoplasma fica azul ou transparente, contêm vacúolos claros distintos e encontra-se circundado por uma membrana celular distinta.
Epidemiologia/Comportamento Biológico
Esse tumor tende a ser transmitido pelo coito, lambedura, mordedura e coceira. O tumor venéreo transmissível ocorre mais freqüentemente em áreas onde os cães erram livremente. Não se observou nenhuma predileção racial ou sexual. Esses tumores apresentam baixo potencial metastático.
Tratamento
Pode-se curar os tumores venéreos transmissíveis com quimioterapia com vincristina, ou com radioterapia. A excisão cirúrgica é feita em alguns animais nos quais a ressecção total é possível. No entanto a freqüência de recorrência após a cirurgia e a dificuldade na obtenção de uma excisão completa em algumas localizações torna a cirurgia uma má opção em muitos casos. A cirurgia não é útil no caso de TVT metastático.
A radiação é efetiva e pode ser usada como meio de tratamento único ou como adjuvante a cirurgia. A maioria dos cães mostra uma resposta total após uma dose única. A quimioterapia é o tratamento de escolha no caso de TVT múltiplos ou metastáticos e também pode ser usado como um tratamento de primeira linha para tumores locais solitários. Ambos os protocolos com agente únicos ou com multiagentes são efetivos. A combinação de agentes quimioterápicos inclui vincristina, ciclofosfamida e metotrexato. A terapia com agente único com vincristina a 0,025mg/Kg (máximo de 1g), EV, uma vez por semana por três a sete semanas parece ser efetiva como terapia de combinação, com a vantagem de apresentar menos afeito colaterais.
Referência: BIRCHARD, Stephen J; SHERDING, Robert G. Manual saunders: clinica de pequenos animais. São Paulo: Roca, 1998.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-09352001000500008
http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf9_2004/551_167_171.pdf
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METRITE CRÔNICA e PIOMETRA
Metrite Crônica e Piometra são alterações observadas com bastante freqüência nos carnívoros, especialmente em cadelas nulíparas com idade superior a 5 ou 6 anos. Metrite Crônica geralmente está associada á hiperplasia glandular cística e depende de um estado hiperfoliculínico.
As lesões uterinas se caracterizam por edema, infiltração hemorrágica e leucocitária do endométrio e fibrose da parede uterina. Em casos antigos o endométrio apresenta lesões ulcerativas, necróticas e trombose. No princípio o estado geral do animal apresenta-se pouco afetado. Progressivamente, porém, nota-se anorexia, ligeira elevação da temperatura e polidipsia. A saída de secreções é discreta, embora contínua e de coloração rosácea ou acastanhada. Culturas realizadas a partir desse exsudato revelam a presença de uma flora muito polimorfa, constituída especialmente de estreptococos, estafilococos, colibacilos, etc. Em caso de metrorragia as p-globulinas podem atingir 30 % e inclusive o dobro do normal.
Piometra é muito mais freqüente. Pode vir em seguida à metrite crônica ou desenvolver-se diretamente e neste caso, associada geralmente a um estado de luteinização total dos ovários. O prolongado emprego de progestágenos pode conduzir a estas alterações. O útero apresenta-se mais ou menos distendido, segundo a quantidade de líquido acumulado e a parede uterina torna-se muito adelgaçada. O endométrio é liso, possui cor pálida ou amarelada e mostra-se congesto ou ulcerado. O conteúdo uterino pode ser estéril ou infectado, porém a infecção é sempre secundária.
Sintomas
De um modo geral, a piometra ocorre entre algumas semanas e três meses após o cio. A hipertemia inicial diminui cada vez mais à medida que se desenvolve uma toxicose, terminando finalmente em hipotermia. O estado geral depende da intensidade do processo, no entanto, piora progressivamente enquanto se manifestam, de forma gradual, anorexia, polidipsia, albuminúria, aumento de nitrogênio hemático e desidratação. As mucosas mostram-se pálidas e anêmicas e a vulva geralmente edemaciada e hipertrofiada. A cerviz uterina pode abrir-se intermitentemente, possibilitando então a saída, mais ou menos abundante, de liquido fétido, de cor cinza-amarelado ou vermelhopardacento. No caso da cérvix permanecer fechada, o que é freqüente devido ao seu endurecimento, o útero se distende cada vez mais e o abdome tende a cair e aumentar de volume, nas partes em declive. A piometra pode complicar-se com peri e parametrite.
Diagnóstico
E baseado no conjunto de sintomas descritos, especialmente na anorexia, polidipsia e albuminuria, assim como nos indícios de corrimentos vaginais anteriores e na distensão do abdome. E preciso diferenciar da ascite, considerando que na percussão o som surdo não tem nível horizontal, a zona de percussão não se desloca e a prova da onda ascítica é negativa. A radiografia pode contribuir com importante precisão no diagnóstico clínico, uma hiperleucocitose da ordem de 20.000 e inclusive mais, geralmente acompanha esta infecção. Alguns autores atribuem um valor indicativo a essa ocorrência, sobretudo no que se refere ao prognóstico.
Prognóstico
Do ponto de vista ginecológico é grave, pois os animais são incapazes de se reproduzir. E mais sério do ponto de vista vital, quando não se realiza uma intervenção no momento oportuno. A toxicose acaba levando à anemia e à morte.
Tratamento
O tratamento médico cuida de eliminar o conteúdo purulento do útero pelo emprego de estrógenos e pituitrina, complementando com a administração de sulfamidas e antibióticos. Nesta ordem de idéias tem sido recomendada a injeção de 1 a 3 rng de dietilestilbestrol, eventualmente repetida uma a duas vezes com 48 horas de intervalo e completada, no caso de abertura do colo uterino, por uma injeção de ocitocina, Este tratamento raramente é muito eficiente e apresenta apenas alguns resultados de caráter passageiro.
O tratamento cirúrgico é preferível, principalmente quando se trata de evitar toxemia e salvar a vida do animal. O tratamento cirúrgico baseia-se na histerectomia ou na ovárío-histerectomia. A anestesia deve ser conduzida com muita precaução porque estes animais são muito vulneráveis, podendo-se recorrer ao nembutal injetado lentamente e observando-se a reação do animal, ou então, ao combelen, completado por anestesia local ao longo da linha branca ou ainda com "hypnorrn". Pode-se também utilizar a raquianestesia. Sempre parecem ser recursos indicados a administração de coramina e a injeção subcutânea de solução salina fisiológica, solução de dextrose a 5 % ou uma transfusão plasmática. O ato cirúrgico é realizado de acordo com os métodos clássicos ensinados em obstetrícia. Os cuidados pós - operatórios serão baseados na terapêutica antibiótica e na administração de soluções salinas. Em conjunto, os resultados da intervenção são sempre satisfatórios.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13851/000655470.pdf?sequence=1
http://www.qualittas.com.br/documentos/Metrite%20Puerperal%20em%20Cadelas%20-%20Katia%20Regina%20dos%20Santos.PDF
http://74.125.93.104/search?q=cache:BxoqlAdqwqsJ:br.geocities.com/biotecvet/semi04/Priscila_C_Oliveira.pdf+metrite+em+cadelas&cd=6&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R0893-1.pdf
http://www.ufrgs.br/actavet/35-suple-2/anclivepa%20artigo%20reproducao.pdf
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ECLAMPSIA
Eclampsia (tetania puerperal) ocorre mais comumente durante o inicio da lactação e em cães pequenos de grandes ninhadas. E rara nas gatas.
A etiologia se descreve pela lactação forte, nutrição perinatal inapropriada ou falta de suplementação de cálcio podem contribuir para a queda das concentrações séricas do cálcio, o que caracteriza a eclampsia, mas esse distúrbio pode ocorrer também independentemente desses fatores.
Sinais clínicos são os da hipocalcemia (agitação, irritabilidade, salivação, prurido facial, ataxia, contrações musculares e convulsões). Algumas vezes ocorre hipoglicemia secundária junto com eclampsia. A temperatura do paciente também pode estar elevada.
O diagnóstico baseia-se na anamnese, sinais clínicos e registro de hipocalcemia. O tratamento não deverá ser suspenso enquanto se espera uma determinação, do cálcio sérico porque, mesmo que o diagnóstico presuntivo seja incorreto, uma dose de cálcico não prejudicara a animal.
O tratamento agudo compreende a administração intravenosa lenta de gliconato de cálcico, de diazepam, se necessário, e correção da hipoglicemia simultânea e hipertermia, se presente.
O tratamento subagudo, se necessário, impõe a administração subcutânea de gliconato de cálcio diluído, 3 vezes ao dia. O nível de nutrição deverá ser melhorado, a lactação deverá diminuir quando possível (ex.: via desmame precoce) e inicia-se a suplementação oral de cálcico.
Referência: SHAW, Darcy H; IHLE, Sherri L. Medicina interna de pequenos animais. Porto Alegre: Artmed, 1999.
http://www6.ufrgs.br/bioquimica/posgrad/TMAD/disturbios_calcio.pdf
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PSEUDOCIESE (Falsa Gestação)
Os sinônimos incluem gestação fantasma, pseudogestação e pseudociese. Causada pela prolactina. Os sinais clínicos incluem produção de leite e lactação, anorexia sem perda de peso, tremores, relutância em deixar a casa, agressão territorial, confecção de ninho e cuidados maternais com objetos.
Geralmente ocorre 4 a 6 semanas após o estro, mas pode ocorrer em qualquer época em algumas fêmeas. Representa um mecanismo primitivo para nutrição de outros filhotes quando o pró-estro e estro ocorrem uma vez ao ano. Geralmente regride espontaneamente em 10 a15 dias. Algumas vezes requer tratamento caso o proprietário não consiga lidar com as alterações clínicas na fêmea ou caso ela desenvolva mastite. Geralmente ocorre apenas um episódio de falsa gestação após cada estro, mas quando a hormônioterapia é usada, surtos repetidos podem ocorrer.
Alguns Mitos Sobre Falsa Gestação (Progesterona)
Alguns atribuem a causa à progesterona, mas não é verdade, pois: a falsa gestação pode ser tratada com progestágenos, as fêmeas com falsa gestação não apresentam altas concentrações de progesterona circulante em comparação a outras no mesmo estágio do ciclo, as fêmeas com falsa gestação não produzem progesterona por mais tempo do que as outras, as fêmeas com falsa gestação apresentam concentrações elevadas de prolactina no sangue, os sinais de falsa gestação podem ser suprimidos através do uso de drogas, por exemplo, bromocriptina, que inibe a secreção de prolactina.
Falsas Gestações Evidentes e Sutis
Diz-se se com freqüência que todas as fêmeas apresentam uma falsa gestação que em algumas é clara e em outras é pouco evidente; isto não é verdade e a confusão surgiu devido à terminologia usada em outras espécies porque:
· A ovulação é espontânea no rato, mas se a cobertura não ocorrer, o corpo lúteo nunca se tornará funcional. Se a cobertura ocorrer, o corpo lúteo torna-se funcional; se a concepção ocorrer, o rato torna-se prenhe, caso contrário permanece em falsa gestação;
· A ovulação não é espontânea nos felinos, a estimulação cervical é necessária para a liberação do hormônio luteinizante (LH) da glândula pituitária. Se as gatas são cobertas, a ovulação é induzida; se a gata conceber, o corpo lúteo funcionará por aproximadamente 63 dias, mas se ela não conceber, o corpo lúteo funcionará por uns 30 dias e então entra em falsa gestação.
A situação no gato e no rato não deve ser confundida com a do cão
Os cães ovulam espontaneamente (não requerem cobertura). O corpo lúteo funciona por aproximadamente 60-70 dias em fêmeas prenhes; nas fêmeas não prenhes este período é denominado de metaestro ou diestro. É incorreto referir à fase lútea como falsa gestação. Os sinais clínicos da falsa gestação ocorrem em algumas fêmeas durante metaestro; eles não estão diretamente relacionados às concentrações de progesterona no sangue.
Piometra
Alguns dizem que fêmeas que apresentam falsa gestação são mais predispostas à piometra; isto não é verdade, mas: falsa gestação e piometra ocorrem no mesmo período do ciclo (metaestro) e uma fêmea tratada com progestágenos para a falsa gestação são mais propensas a desenvolver piometra.
Ciclos Estrais Irregulares
Alguns dizem que fêmeas com ciclos estrais irregulares são mais predispostas a desenvolver piometra; porém, isto não é verdade.
Ninhada
Alguns dizem que as fêmeas que têm uma ninhada, subseqüentemente não apresentarão mais pseudociese, porém isto não é verdade.
Ováriohisterectomia
Alguns dizem que fêmeas que apresentam sinais de falsa gestação após a ováriohisterectomia, possuem tecido ovariano que não foi totalmente removido; isto pode ocorrer, mas: a maioria das falsas gestações que ocorrem após ováriohisterectomia são resultado da cirurgia logo antes ou durante a pseudociese; isto de algum modo facilita a liberação contínua ou repetida de prolactina e se uma fêmea apresentar pseudociese após ováriohisterectomia, deve ter precedido por um período de estro se o tecido ovariano estiver presente.
Referência: ALLEN, W. Eduward. Fertilidade e obstetrícia no cão. São Paulo/SP: Livraria Varela, 1995.
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/pag%20137%20v29n3-4.pdf
http://www.revista.inf.br/veterinaria/revisao/pdf/AnoVII-Edic12-Rev123.pdf
http://www.caesegatos.com.br/imgs/revista/pdf/5a36486a85a94b485e316845351bbbae.pdf
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INFERTILIDADE
Definições:
· Fertilidade: capacidade de produzir descendentes;
· Esterilidade: incapacidade absoluta de gerar um descendente;
· Infertilidade: o dicionário define esta palavra como sendo sinônimo de esterilidade, entretanto, é freqüentemente usado para denotar uma redução na capacidade de produzir descendentes abaixo do normal para aquela espécie;
· Subfertilidade: incapacidade de produzir descendentes abaixo da média; algumas vezes é usado sinônimo de infertilidade.
Expectativa de Fertilidade
Aproximadamente 80% das fêmeas cobertas produzem filhotes. O tamanho da ninhada varia imensamente nas diferentes raças. Machos e fêmeas geralmente não são explorados para produção máxima, de forma que o número total de filhotes não pode ser definido. Nos canis de reprodução a taxa de produção geralmente está relacionada à demanda, que pode ser influenciada pelo período do ano e outros fatores. Para o cirurgião veterinário a definição mais precoce de um problema de fertilidade é quando o proprietário do macho, fêmea ou canil fica desapontado com os resultados; freqüentemente o proprietário elimina algumas das possíveis causas de forma que as questões relativas à história de cruzamentos anteriores devem ser abordadas com cuidado. Geralmente o veterinário é procurado após um macho ter coberto três fêmeas ou urna fêmea que tenha cruzado em dois cios, sem sucesso.
A fêmea Infértil
ESTRO INFREQUENTE
· Puberdade retardada;
· Intervalo interestral longo;
· Falha de observação do proprietário;
DIFICULDADES DE CRUZAMENTO
· Macho inexperiente;
· Fêmea inexperiente;
· Problema psicológico no macho;
· Problema psicológico na fêmea;
· Fêmea em período inadequado;
· Estenose vulvar;
· Constrição vestibular;
· Constrição vaginal;
· Incompatibilidade de tamanho - raramente é um problema sério embora a falha de cobertura por outras razões possa ser atribuída por diferença de tamanho;
· Falha no engate;
· Hiperplasia e prolapso vaginal;
· Tumores vaginais.
FALHAS NA CONCEPÇÃO APÓS UMA COBERTURA NORMAL
· Cruzamento em período incorreto;
· Cruzamento com macho estéril;
· Aplasia uterina;
· Lesões tubárias.
FALHA NA GESTAÇÃO
· Reabsorção;
· Aborto.
Tratamento da Infertilidade da Fêmea
PUBERDADE ATRASADA E PROLONGADO INTERESTRO
Considerar uma indução estral, se não for bem sucedido, considerar uma laparotomia exploratória para verificar a presença dos ovários
INCAPACIDADE DE COBERTURA
Verificar se a fêmea está no período correto de estro, eliminar as obstruções físicas como causa, tranqüilizar a fêmea, efetuar a tentativa com um cão diferente e inseminação artificial.
FALHA NA CONCEPÇÃO APÓS UMA COBERTURA NORMAL
Escolher um macho fértil e assegurar que a cobertura ocorra no período correto do próximo estro através da:
· Citologia vaginal;
· Determinação da concentração plasmática de progesterona; uma elevação na progesterona indica que os folículos estão luteinizando e que a cobertura deverá ocorrer em 2 - 4 dias;
· Vaginoscopia tem sido utilizada.
Assegure que a colonização bacteriana do útero não ocorra, administrando um antibiótico de largo espectro após a cobertura num curso de 6 dias; não tem sido constatado que este problema ocorra. Laparotomia exploratória para certificar-se da presença de um útero normal. Uma vez que o período de estro e o período ovulatório durante o estro podem ser um tanto variáveis nas fêmeas normais, poucas decisões podem ser tomadas frente à prévia história reprodutiva
O Macho Infértil
FALHA NA CÓPULA
· Inexperiência;
· Fêmea que não coopera;
· Razões psicológicas;
· Razões físicas.
FALHA NA CONCEPÇÃO APÓS COBERTURAS NORMAIS
· Falha para ejacular - nunca foi descrito;
· Atrofia testicular devido ao uso de esteróides;
· Parada espermatogênica;
· Aplasia testicular (congênita);
· Degeneração Testicular;
· Qualidade de sêmen inferior;
· Cruzamento com fêmeas inférteis.
Tratamento da Infertilidade no Macho
FALHA NA CÓPULA
· Eliminar as razões físicas óbvias;
· Tentar agentes antiinflamatórios não esteróides;
· Deixar o macho cruzar com uma fêmea experiente;
· Tentar uma fêmea diferente;
· Minerais, vitaminas e medicamentos homeopáticos não tem mostrado serem efetivos, porém não causam nenhum dano;
· Não dar andrógenos ou gonadotrofina, pois eles não são efetivos e podem ser prejudiciais à espermatogênese;
· Reposição tireoidiana pode ser tentada.
FALHA NA CONCEPÇÃO
· Cruzar com uma fêmea sabidamente fértil;
· Efetuar uma avaliação do sêmen;
Não há tratamento para azospermia, frente à administração de esteróides anabólicos, um sêmen normal deverá ser produzido em 60 dias;
Se o sêmen for de baixa qualidade, permitir que o macho cruze duas vezes ao dia o quanto a fêmea tolerar; se houver história recente de doença, um descanso de 2 meses deve ajudar.
· O uso excessivo raramente é uma causa de infertilidade nos machos; a maioria produz espermatozóides suficientes para dois ejaculados por dia;
· Não utilizar andrógenos ou gonadotrofinas, pois eles não são efetivos e podem ser prejudiciais à espermatogênese;
· Desconhece-se o fato da vacina contra parvovirose ser causadora de infertilidade nos cães;
· A terapia de reposição tireoidiana pode ser tentada.
Infertilidade nos Canis
O PROBLEMA
Geralmente mais de um macho está envolvido. Os machos procedentes de outros canis (nos quais desconhe-se a condição de fertilidade) podem estar envolvidos. O número de filhotes produzidos esta significamente reduzido. O intervalo esperado entre períodos estrais sucessivos pode estar prolongado
O proestro pode iniciar-se normalmente, porém não completa sua progressão, o corrimento cessa e regride o edema vulvar. Quando as coberturas ocorrem, a taxa de concepção é menor do que a préviamente esperada. Pode haver um aumento na produção de natimortos a termo. Pode haver um aumento na taxa de mortalidade dos filhotes durante há primeira semana. O problema pode ocorrer gradualmente ou repentinamente nos canis já estabelecidos com fertilidade prévia satisfatória.
CAUSAS POSSÍVEIS
Não há uma causa estabelecida e na maioria dos casos há uma combinação de etiologias. O desaparecimento do estro pode estar associado com uma inflamação vaginal e possivelmente com crescimento microbiano, a ligação é sútil e difícil de explicar. Abortamento, nascimento prematuro e óbito de filhotes estão freqüentemente associados com infecção, as a etiologia geralmente não consegue ser esclarecida apesar das investigações intensas. A infertilidade num canil já bem estabelecido é atribuída ao fato do cão estar doente; em muitos casos a higiene e manejo estão dentro dos padrões desejados
TRATAMENTOS POSSÍVEIS
Eliminar o macho como causa através de uma análise de sêmen. A indução do estro pode ser considerada quando o intervalo interestral estiver prolongado; este recurso pode não ser bem sucedido. Para os estros interrompidos, a administração de antibióticos de largo espectro no início do pró-estro pode resultar na progressão para um estro normal. Após a cobertura, antibióticos de largo espectro podem ser administrados por 6 a 7 dias. O trimetoprim e eritromicina atingem concentrações nas secreções vaginais.
Quando ocorrem abortos freqüentes, antibióticos podem ser administrados nos períodos considerados de alto risco. Quando da ocorrência de nascimentos prematuros de filhotes, antibióticos de largo espectro dados antes da data de parição esperada podem reduzir a taxa mortalidade. Vacinas podem ser preparadas combinando-se antígenos a partir de bactérias isoladas da vagina, reto e faringe de cães nos canis, este método é empírico, mas em algumas ocasiões parece funcionar. Os cães inoculados algumas vezes apresentam reações locais ou sistêmicas. A alteração de premissas pode em algumas ocasiões ser a única forma de restaurar a fertilidade num canil, mas é um último recurso e pode ser dispendioso.
Referência: ALLEN, W. Eduward. Fertilidade e obstetrícia no cão. São Paulo/SP: Livraria Varela, 1995.
http://www.hospvetporto.pt/servicos/areas_detalhe/79.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502001000400007
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CONTRACEPÇÃO e INTERRUPÇÃO da GESTAÇÃO
Ovarioisterectomia e urna ótima maneira de impedir a prenhez. Se realizada antes do primeiro estro, ela tem a vantagem adicional na cadela de diminuir o risco de tumores mamários.
Supressão do estro pode ser suprimido através do uso de acetato de megestrol ou mibolerona. Nenhuma das duas está aprovada para uso, e ambas tem efeitos colaterais potenciais significativos.
Acetato de megestrol é um progestágeno que suprime a secreção da gonadotrofina. Pode ser dada no início do proestro para impedir o estro ou durante o anestro para impedir o proestro. Os efeitos colaterias potenciais incluem uma alteração de comportamento, hiperplasia cíclica do endométrio, piometra, desenvolvimento mamário, lactação, diabetes mellitus, acromegalia e aumento do risco de neoplasia mamária.
Mibolerona e um andrógeno que também suprime a secreção de gonadotrofina. Pode ser administrada durante o anestro para impedir o proestro e o estro. Os efeitos colaterais potenciais incluem rnasculinização, corrimento vaginal, aumento clitoriano e possível disfunção hepática.
Cipionato de estradiol tem sido usado após acasalamento acidental (cópula indesejada) para impedir a gestação, mas é mais seguro manter a gestação do que receber a droga. Os efeitos colaterais potenciais incluem piometra e a supressão irreversível da medula óssea. O uso dessa droga não e aprovado para cadelas ou gatas, não e sempre eficaz e não e recomendado.
A interrupção da gestação (aborto) com a PGF2σ tem sido usada para induzir a luteólise e as contrações uterinas após 30 a 35 dias de gestação, mas não é aprovada para o uso em cadelas. Os efeitos colaterais potenciais são salivação transitória, respiração ofegante, vômito, defecação e rnicção.
Referência: SHAW, Darcy H; IHLE, Sherri L. Medicina interna de pequenos animais. Porto Alegre: Artmed, 1999.
http://www.revista.inf.br/veterinaria/revisao/pdf/AnoVII-Edic12-Rev71.pdf
http://www.botucatu.sp.gov.br/artigos/artigos/castracao_animais.pdf
http://www.scielo.br/pdf/cr/v30n4/a30v30n4.pdf
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SINCRONIZAÇÃO de CIO
Nestas espécies, diversos progestágenos têm sido experimentados com vários objetivos: a supressão de um cio iminente, encurtamento de um período estral em curso, tratamento de metrorragia, interrupção de pseudociese e galactorréa, assim como a supressão de satiríase no cão. A ação sobre a anulação do cio é controlada pela observação de sinais clínicos, do exame de esfregaços vaginais e do comportamento ante a presença do macho. Não obstante, ainda é difícil tirar conclusões definitivas quanto ao produto a empregar, quanto à posologia e sua forma de aplicação, pelo menos para prevenir o aparecimento de cio. O acetato de medroxiprogesterona em suspensão microcristalina (Dépo-Provera-Upjohn), injetado na dose de 50 a 250 mg, suprime o cio durante um período de 6 meses ou mais, porém com a possibilidade muito freqüente de complicação como a piometra. Parece que a dose de 50 mg é mais aconselhável, enquanto doses mais elevadas são prejudiciais.
Utilizar a metil-estrenolona, administrada por via oral, na dose de 2 mg por quilo. Com isso, o fluxo sanguíneo cessa depois de dois ou três dias, devendo-se manter o tratamento durante 3 semanas. Este produto tem se mostrado eficiente no tratamento da lactação nervosa, na dose de 1 a 3 mg/Kg de peso por via oral durante 3 a 5 dias, ou então de 4 a 7 mg/Kg, por via subcutânea, por 1 a 2 dias. Uma única injeção de 6 mg/kg deste produto pela mesma via, freia e inclusive faz desaparecer a satiríase no cão. A noretisterona proporcionado bons resultados, tanto para impedir o cio, como para tratar o hiperestro e a ninfomania. As doses preconizadas são da ordem de 5 mg/kg nos primeiros dias do tratamento e de 1 mg/kg, para manutenção na cadela. De qualquer maneira, para melhor precisar o emprego dos progestágenos nos carnívoros, mais investigações se tornam necessárias, sejam quais forem às causas a serem tratadas.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://74.125.47.132/search?q=cache:1wdf730CKgEJ:www.geocities.com/andbt/semi03/Lilian.pdf+FISIOLOGIA+DO+CICLO+ESTRAL+EM+CADELAS&cd=11&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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DILUIÇÃO e CONSERVAÇÃO do SÊMEN em BAIXAS TEMPERATURAS
A congelação do sêmen de cães é feita em condições similares às de outras espécies animais, embora o tempo de glicerolização pareça ser mais reduzido. O sêmen é previamente diluído a 1:4 e uma quantidade igual de diluente é adicionada de 20 % de glicerol. Ambas as soluções devem ser mantidas a 4°C durante uma hora. A seguir, as duas preparações são lentamente misturadas e o meio assim obtido é colocado em câmara fria durante duas horas. Deste modo, a solução final corresponde a uma diluição de 1,8 e a uma concentração de 10% de glicerol. Finalmente, o sêmen é acondicionado e congelado, segundo a mesma técnica utilizada para bovinos. Os recursos para este procedimento estão ainda muito pouco disseminados na espécie canina.
Assim corno acontece com eqüinos e suínos, o sêmen de cão é constituído de três frações. A primeira é representada pela secreção das glândulas uretrais, a segunda pelo sêmen propriamente dito e a terceira pelo produto de secreção prostática. Esta última, de aspecto aquoso, contém poucos espermatozóides e apresenta volume variável e pouco favorável para a conservação do sêmen por sua riqueza em eletrólitos, que produzem rápida diminuição da rnotilidade. Por estas razões, é aconselhável eliminá-la antes de proceder à diluição.
O leite pasteurizado constitui um diluente muito bom, desde que aquecido lentamente até 92°C, mantido durante 10 minutos entre 92 e 94°C e posteriormente resfriado à temperatura ambiente. A segunda fração da ejaculação, diluída a razão de 1/8 e logo mantida à temperatura de 4°C, pode conservar seu poder fecundante durante vários dias.
A gema de ovo citratada (concentração a 2,7 %) também se mostra favorável, pois mais de 50 % dos espermatozóides conserva a motilidade após quatro dias de armazenamento. A vitalidade e motilidade dos espermatozóides em gema-citrato, seriam melhores sem adição de antibióticos.
A solução isotônica de frutose (40%) com gema de ovo é um bom conservador, pois confere um bom substrato energético, ao mesmo tempo que evita certa toxicidade dos íons Na, introduzidos pelo citrato de sódio.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-09352001000300016&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.scielo.br/pdf/cr/v30n6/a17v30n6.pdf
http://www.fumvet.com.br/novo/revista/43/n6/767-774.pdf
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DILUIÇÃO e CONSERVAÇÃO do SÊMEN FRESCO
Assim corno acontece com eqüinos e suínos, o sêmen de cão é constituído de três frações. A primeira é representada pela secreção das glândulas uretrais, a segunda pelo sêmen propriamente dito e a terceira pelo produto de secreção prostática. Esta última, de aspecto aquoso, contém poucos espermatozóides e apresenta volume variável e pouco favorável para a conservação do sêmen por sua riqueza em eletrólitos, que produzem rápida diminuição da rnotilidade. Por estas razões, é aconselhável eliminá-la antes de proceder à diluição.
O leite pasteurizado constitui um diluente muito bom, desde que aquecido lentamente até 92°C, mantido durante 10 minutos entre 92 e 94°C e posteriormente resfriado à temperatura ambiente. A segunda fração da ejaculação, diluída a razão de 1/8 e logo mantida à temperatura de 4°C, pode conservar seu poder fecundante durante vários dias.
A gema de ovo citratada (concentração a 2,7 %) também se mostra favorável, pois mais de 50 % dos espermatozóides conserva a motilidade após quatro dias de armazenamento. A vitalidade e motilidade dos espermatozóides em gema-citrato, seriam melhores sem adição de antibióticos.
A solução isotônica de frutose (40%) com gema de ovo é um bom conservador, pois confere um bom substrato energético, ao mesmo tempo que evita certa toxicidade dos íons Na, introduzidos pelo citrato de sódio.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.unb.br/posgraduacao/docs/fav/Proteinassemencaofertilizacao.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000100016
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TÉCNICA de COLHEITA de SÊMEN
No cão, a ausência de vesículas seminais, a presença do osso peniano e do bulbo do pênis torna a utilização da vagina artificial um pouco mais complexa que nas outras espécies. A vagina artificial recomendada consta de um cilíndro externo de borracha e de uma mucosa interna de látex que formam entre eles um espaço no qual se coloca água quente. Esta cavidade está ligada a uma pêra de borracha por meio de um insuflador de válvula. A introdução desta pêra e da válvula na composição da vagina apresenta a dupla vantagem de poder adaptar as dimensões internas da vagina ao volume do pênis, além de provocar sobre o órgão, uma série de pulsações destinadas a favorecer a ejaculação.
A temperatura da água deve situar - se ao redor de 40°C. Às vezes não é necessário o recurso de uma cadela no cio. O pênis é apanhado por baixo da glande, friccionando-o com precaução. A ereção ocorre em alguns segundos, quando então se introduz e se mantêm o pênis dentro da vagina artificial. As pulsações aplicadas com auxílio do insuflador sobre a parede interna produzem o estímulo necessário para conseguir uma ejaculação completa. Alguns animais não se dispõem imediatamente á colheita, sendo necessário educá-los previamente. Assim, não se deve considerar sexualmente insuficiente, o cão que não responder diretamente a um primeiro ensaio.
O sêmen canino é composto de três frações distintas, possíveis de ser recolhidas separadamente:
A primeira fração é constituída por um líquido claro, aquoso, que contém somente alguns espermatozóides; representa o produto de secreção das glândulas uretrais e seu volume pode variar de 0,25 a 5 ml;
A segunda fração, de cor branca e consistência viscosa, corresponde á verdadeira secreção testicular e contém os espermatozóides, o volume pode variar de 0,5 a 3 ml;
A terceira fração, clara, aquosa, pouco consistente, cujo volume varia de 3 a 30 ml, representa a secreção prostática.
O intervalo compreendido entre a emissão de cada fração é de 10 a 20 segundos, ou seja, um tempo suficiente para trocar o tubo coletor e isolar as três frações. A concentração varia segundo o exame seja executado a partir da ejaculação total ou somente da fração espermática. Varia também segundo a raça, os indivíduos de uma mesma raça e, no mesmo animal, nos diferentes dias de colheita. A concentração média da ejaculação completa seria de 12.500.000 por ml.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/reprod/semeneval/dog.html
http://www.vin.com/proceedings/Proceedings.plx?CID=WSAVA2004&Category=&PID=8751&O=Generic
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FECUNDAÇÃO HETEROSPÉRMICA
Na cobertura natural, o pênis penetra até as proximidades da cerviz e o sêmen flui para dentro da cavidade uterina, mesmo antes que termine a cópula, a tumefação bulbar obstrui a parte superior da vagina, impedindo o refluxo espermático. Em inseminação artificial, convém depositar o sêmen tão profundamente quanto possível, diminuindo as perdas pela manutenção do trem posterior do animal elevado durante, pelo menos, 5 minutos depois de terminada a intervenção. Alguns autores preferem evitar o refluxo do sêmen pela colocação de um tampão umedecido com diluente entre os lábios vulvares.
Também o material de inseminação é muito simples: uma pipeta de vidro, matéria plástica ou ebonite de 4 a 6 mm de diâmetro, unida a uma seringa por um intermediário de borracha dura. A fêmea é mantida em pé a uma altura suficiente (sobre uma mesa), de modo que a região vulvar fique á altura dos olhos do operador. Parece preferível para as fêmeas de pequeno porte, colocá-las sobre as espáduas. O momento ideal da intervenção situa-se entre 24 a 48 horas após o início do cio verdadeiro, ou seja, entre o 11° e o 13° dia, após as primeiras perdas sanguíneas. Alguns autores utilizam um espéculo munido de fonte luminosa, outros não possuem qualquer recurso. A pipeta é introduzida na vagina de modo a atingir o colo uterino; a profundidade de penetração varia segundo o talhe do animal sendo de 6 a 8 cm nas raças pequenas e de 8 a 12 cm nas grandes.
Na maior parte dos casos, o sêmen é depositado ao nível do orifício cervical; a penetração no colo não é indispensável, Além disso, é necessário ressaltar que é impossível atravessar o colo na maioria das cadelas. A utilização de 5 ml de sêmen normal, diluído a 1/8, é suficiente para obtenção de bons resultados. Certas cadelas são particularmente nervosas no caso de cobertura natural, comportando-se da mesma maneira por ocasião da inseminação artificial: nestes casos, será util recorrer a um anestésico geral de curta duração ou a um tranqüilizante. A manutenção forçada provoca uma tensão prejudicial a uma boa fertilidade.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4079/000396631.pdf?sequence=1
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL em CÃES
Embora haja estudos científicos quanto ao uso da IA na procriação dos cães de raça e de caça, houve pequena procura comercial, e existe certa resistência à mesma pelas sociedades criadoras. A inseminação tem sido usada quando a copulação é difícil ou impossível, devido a anormalidades do macho ou da fêmea, ou à falta de disponibilidade de um macho em uma determinada área. Pode ter uma aplicação na prevenção da transmissão das doenças adquiridas durante o coito (por exemplo, as infecções por Brucella canis na América), têm sido realizadas algumas inseminações transcontinentais.
Manuseio, Diluição e Armazenamento do Sêmen do Cão
O sêmen é coletado por manipulação digital ou por meio da vagina artificial pulsátil. O componente que contém o espermatozóide é coletado em um recipiente de vidro aquecido, e uma pequena quantidade dele é avaliada, quanto ao seu potencial de fertilidade, pela verificação da mobilidade e morfologia dos espermatozóides e pela avaliação da sua concentração no material ejaculado. O sêmen normal apresenta um movimento ondulatório com 70 a 90% de células ativamente móveis, uma densidade média de 125 milhões de espermatozóides por 1 ml, e menos de 20% de espermatozóides anormais.
Se o sêmen não for usado imediatamente, o tubo que o contém é mergulhado em água a 35°C: pode ser armazenado desta forma durante 24 horas. Se for diluído com extensor tamponado de ovo embrionado ou com leite homogeneizado, do qual foi removida a albumina, e armazenado com antibióticos a 4°C, o sêmen canino manterá sua capacidade fertilizante por quatro a cinco dias. Os valores de diluição a serem usados devem estar entre 1: 10 e 1:20.
Inseminação das Cadelas
A cadela deve ser inseminada 24 a 48 horas depois que ela aceitar o macho pela primeira vez, uma segunda inseminação poderá ser feita um ou dois dias mais tarde. A ovulação ocorre no segundo ou terceiro dias do estro e, neste estágio, o esfregaço vaginal corado apresenta células queratinizadas desintegradas e alguns eritrócitos. Os óvulos podem necessitar de vários dias para amadurecer e para se desfazer dos corpos polares, mas os espermatozóides normais podem sobreviver por quatro a seis dias no trato genital da fêmea.
A cadela no estro é contida em uma mesa, e a vulva é limpa e seca. O sêmen é colocado em uma seringa de vidro de 5 ou 10 ml, conectada por um tubo de borracha ao cateter inseminador, que pode ser de vidro ou plástico. Uma pipeta inseminadora plástica bovina, quebrada ao meio, será suficiente. A pipeta é passada, com ou sem um espéculo, ao longo do teto da vagina para o cérvix, onde o sêmen é depositado lentamente. Imediatamente após a inseminação, os membros posteriores da cadela devem ser erguidos e mantidos assim por alguns minutos; durante este tempo, um ou dois dedos devem ser colocados na vagina e a parede dorsal ser suavemente alisada; isto causa contrações vaginais, e pode promover a passagem dos espermatozóides para dentro do útero. O volume de sêmen a ser usado dependerá da sua concentração; o objetivo é introduzir no mínimo 200 milhões de espermatozóides. Usando-se cães férteis foram obtidas médias de concepções de 60 a 80%. Pode-se coletar sêmen de cães machos duas ou três vezes por semana.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf6__2003/546_53_60.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Insemina%C3%A7%C3%A3o_artificial_em_c%C3%A3es
http://horta.0catch.com/congressospcv/20.pdf
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INSEMINAÇÃO (TÉCNICA)
O momento ideal para praticar a inseminação corresponde ao período de aceitação do macho, ou seja, entre o décimo e o décimo terceiro dia após o início do proestro, o qual coincide com as primeiras perdas sanguíneas. Normalmente, a cadela aceita a macho no primeiro dia do cio verdadeiro, ou seja, ao redor do décimo dia do período, ocorrendo à ovulação um a três dias mais tarde. Portanto, é normal praticar a inseminação ao redor do 11° ou 12° dia. Alguns autores aconselham efetuar um exame do fluido vaginal e inseminar centro das 24 horas que se seguem ao aparecimento de leucócitos.
Referência: DERIVAUX, J. Reprodução dos animais domésticos: fisiologia, o macho: inseminação artificial, patologia. Zaragoza: Acribia, 1980.
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RETENÇÃO DE MEMBRANAS FETAIS
A persistência de uma secreção genital verde além de 12 horas após o nascimento do último cãozinho causa suspeita de retenção da secundina. Em tal caso, a exploração vaginal com um dedo pode detectar um cordão umbilical, e esticando-o poderá ser possível trazer sua extremidade para fora da vulva. Tração delicada pode resultar na retirada de uma placenta; se tal ocorre, é sinal de que já acontecera a separação, sendo sua expulsão iminente. Mais freqüentemente, entretanto, a tração falha, e se é aplicada uma tração vigorosa o cordão pode romper-se.
Em qualquer caso o útero deve ser palpado através da parede abdominal. Em uma cadela comparativamente menor é possível detectar a placenta retida no útero, já que ela forma uma distensão ovóide no útero contraído. Com as partes anteriores da cadela levantadas, deve ser aplicada uma pressão firme para distender o órgão. É provável que tal procedimento leve à separação e à pronta expulsão da placenta. Ao mesmo tempo, é de valor uma tração moderada em qualquer parte do cordão umbilical que esteja presente na vulva. Se tal tratamento falha na primeira ocasião, deve ser repetido após poucas horas.
Na cadela também deve ser dado extrato hipofisário, se houver qualquer suspeita de retenção placentária após uma hora e meia, aproximadamente, depois que o último feto tenha sido expelido. No caso de cadelas de raças valiosa, o veterinário pode insistir no sentido de que a cadela deva ser assistida durante todo o trabalho de parto e que deva ser evitado que ela coma a placenta, para que seja feito um exame cuidadoso da mesma.
Uma radiografia do abdome pode revelar a secundina retida. Se não for obtida qualquer resposta à administração de ocitocina, ou de palpação abdominal, é indicada uma laparotornia com o objetivo de "mamar" as membranas fetais ao longo do útero em direção a cérvix, onde elas podem ser seguras e puxadas com fórceps; se isto falhar, pode ser executada uma histerotomia para removê-la.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
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DISTOCIA MATERNA
A torção do corno uterino é uma anomalia rara que tem sido observada em exames post mortem de casos de distocias fetais. Outros casos são registrados onde ossos fetais encapsulados foram encontrados na cavidade abdominal e a probabilidade é que tenham existido casos de torção do corno uterino com ruptura, expulsão do feto para o abdome e subseqüente reabsorção dos tecidos moles. Nesta espécie também é provável que o incidente ocorra durante o trabalho de parto e seja o resultado de contrações uterinas irregulares.
Na cadela, a operação cesariana pode ser conduzida com confiança desde que executada precocemente, quando o conteúdo uterino está ainda saudável. É improvável que a condição em questão seja positivamente diagnosticada durante a evolução do trabalho de parto, mas a incapacidade de liberar os fetos após um vigoroso esforço de cerca de 6 horas, por qualquer causa, é uma indicação para a cirurgia.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
http://www.hvu.com.br/casos_clinicos/cir_peq_ani/arquivos/ruptura_de_utero.pdf
http://www.hvu.com.br/casos_clinicos/cir_peq_ani/arquivos/obstrucao_uretral_distocia.pdf
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DISTOCIA
As duas principais causas de distocia canina são inércia uterina primária e desproporção entre o feto e a pélvis. As raças dachshund e aberdeen terrier são particularmente propensas à inércia uterina primária. Os filhotes do pequeno cão galês apresentam uma extrema variação de tamanho e portanto pode ocorrer casos de grande tamanho fetal absoluto ou relativo. Raças braquicefálicas, bem corno Sealyham e terrier escocês são propensas à distocia obstrutiva devido ao fato de os fetos terem a cabeça bem desenvolvida e as fêmeas a pélvis estreita.
É comum se encontrar grande tamanho fetal absoluto em cadelas portadoras de apenas um ou dois filhotes. Essa condição também pode resultar de um feto patológico. Uma cadela de raça pequena prenhe pela primeira vez geralmente tem problemas de grande tamanho fetal
relativo em sua primeira ninhada, mas sendo providenciada assistência a tempo, ela em geral expele o restante da ninhada normalmente. Se, no entanto, a assistência tardar, o início da inércia secundária pode tornar o problema bastante sério. Geralmente, irregularidades de postura dos membros são de pouca importância quando os filhotes são de tamanho normal. De fato, muitos cãezinhos nascem com os membros anteriores ou posteriores flexionados. Entretanto, quando o feto é relativamente grande, esses desvios de postura são muitas vezes causa de distocia. Não é raro uma cadela ou uma gata, ao tentar expelir um feto com os membros anteriores retidos, dar passagem à cabeça, ficando o tórax e os membros obstruindo a abertura pélvica. Da mesma forma, um cãozinho ou gatinho pode ter sua região traseira expelida enquanto o tórax distendido está obstruído.
Irregularidades de postura da cabeça são comuns, sendo freqüentemente encontrada apresentação pelo vértice (de cabeça) e desvio lateral da cabeça. Um aspecto interessante da última anormalidade é que a mesma muitas vezes envolve o último filhote a nascer.
Hidrocefalia fetal e anasarca são encontradas ocasionalmente, embora outras formas de monstruosidades sejam raras. Nos tipos acondroplásicos e em gatinhos é observada flagrante hérnia umbilical (esquistocorno), mas raras vezes é causa de distocia.
Anormalidades de posição são comuns, mas em apresentação anterior e posterior, sendo as mesmas causas de obstrução. A falha do feto em se virar antes da apresentação resulta no seu encaixe na abertura pélvica em posição ventral ou lateral.
A apresentação transversa é rara, e quando ocorre à cadela geralmente está prenhe com um único feto apenas e a gestação é do tipo bicórnea. Em geral é acompanhada por inércia uterina.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/pag%20142%20v29n3-4.pdf
http://www.revista.inf.br/veterinaria/revisao/pdf/AnoVII-Edic12-Rev57.pdf
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PARTO NORMAL
A luteólise pré-parto pode ser monitorizada através do declínio da temperatura retal. Nas cadelas, a temperatura corporal cai cerca de 1°C nas últimas 24 a 12 horas de gestação. Como e conhecido que a administração exógena de progesterona causa hipertemia e a indução da luteó1ise com PGF₂α causa hipotermia, acredita-se que essa queda transitória da temperatura represente uma falha momentânea nos mecanismos reguladores da temperatura corporal em resposta aos estímulos hormonais.
Nos 2 a 3 dias que antecedem o parto, as cade1as normalmente ficam irrequietas, procuram esconder-se, alimentam-se parto e fazem ninho. Esse comportamento parece estar ligado à elevação da prolactina.
Fora a queda da temperatura, não existe nenhum indicativa confiável do momento do parto em cães, A descida do leite pode acontecer desde 2 semanas, até algumas horas antes do parto.
A ultra-sonografia transabdominal pode ser utilizada na tentativa de se predizer a idade feral. Após os 55 dias de gestação, os cãezinhos aparecem com o estômago dilatado e freqüência cardíaca entre 180 e 230 batimentos/minuto.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.
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PARTO
A iminência do parto é indicada pelo animal ao preparar seu leito. Em primíparas, o início da lactação coincide com o parto, mas em multíparas pode-se espremer leite das tetas vários dias antes do parto. Há uma queda transitória da temperatura corporal de no mínimo 1°C nas 24 horas que precedem o início do trabalho de parto.
Não há nada característico sobre o primeiro estágio, mas é geralmente registrado que a cadela está inquieta, indiferente ao alimento e inclinada a arquejar. Isto é mais óbvio em primíparas e dura cerca de 12 hora. O início do segundo estágio é indicado por distensão. Na maior parte dos casos, o animal permanece em seu leito em decúbito ventral, embora algumas vezes possa ficar de pé e mover-se durante os esforços de distensão. A bolsa d'água do primeiro feto surge na vulva e seguindo uma série de esforços atinge o tamanho de uma bola de golfe. É rompida geralmente pela cadela, que lambe vigorosamente sua vulva. Como em outras espécies, a passagem da cabeça coincide com o maior esforço e, na maioria dos casos, uma vez que a cabeça tenha saído, o restante do feto segue facilmente. A expulsão do primeiro feto pode durar mais de uma hora, mas raramente dura mais do que isso se o processo for normal. Freqüentemente, é mais rápido, questão de um quarto de hora mais ou menos. Cerca de 40% dos filhotes nascem em apresentação posterior.
O cordão umbilical está intacto no nascimento do filhote, mas é rapidamente cortado pelas mordidas da mãe. Como regra geral, a cadela descansa por um momento após o nascimento do primeiro filhote. Ela se deita, lambendo a cria que logo começa a mamar. Ela presta atenção freqüentemente à sua vulva e lambe qualquer secreção. As membranas fetais geralmente são expelidas em 10 a 15 minutos e são prontamente comidas pela cadela.
A distensão começa após uma demora variável. Essa demora pode ser de 30 minutos somente, podendo compreender até 1 a 2 horas. O esforço requerido e o tempo necessário para a liberação do segundo feto é geralmente menor do que para o primeiro. Isso pode ser seguido por um período ainda maior de descanso, mas quase sempre um terceiro filhote segue o segundo.
O estágio de expulsão dos fetos é muito irregular, uma cadela tem seu filhote e depois descansa por várias horas, depois libera dois ou três mais, em sucessão rápida, e depois descansa outra vez antes de expelir vários outros. Enquanto outra pode expeli-los a intervalos claramente regulares através do período. Não há regra para isso. Num caso excepcional, uma cadela pode liberar toda a sua ninhada em cerca de 1 hora.
A expulsão das membranas fetais também é irregular. Elas podem vir individualmente. Em outras ocasiões, um filhote pode nascer com as membranas de seu antecessor em torno de seu pescoço, enquanto a sua própria vem junto, dragada pelo cordão.
O tempo total ocupado pelo segundo estágio dependerá principalmente do número de fetos, mas, como regra geral, quando estão dentro dos limites normais (4 a 8), dura cerca de 6 horas. Surge à questão: qual é o tempo máximo de duração? Especialmente quando o número de fetos é considerável (10 a 14)? A resposta mais cabível é 12 horas no máximo. É pouco provável que os filhotes nascidos após esse tempo, mesmo sem assistência sobrevivam.
As membranas fetais do último feto são geralmente expelidas com ele ou logo após. Excepcionalmente, contudo, há uma demora de 24 horas antes que o parto esteja finalmente completado.
A característica do parto na cadela é que muito da secreção uterina tem cor verde-escura. Isto é devido à quebra do hematoma marginal ("bordo-verde") e ao escape de sangue que sofreu alterações biliares.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
http://www.scielo.br/pdf/cr/v35n2/a20v35n2.pdf
http://www.scielo.br/pdf/cr/v36n5/a16v36n5.pdf
http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_40.pdf
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Crescimento e desenvolvimento do CONCEPTO
Devido ao padrão endocrinológico semelhante durante o diestro na cadela gestante ou não-gestante, bem como a entrada no período de anestro, o não retorno ao cio não pode ser utilizado como indicativo da gestação nessa espécie. Além disso, diversos animais desenvolvem a síndrome de pseudogesração, cujo grau é extremamente variável entre indivíduos, podendo ocorrer desde uma simples mudança de comportamento até aumento significativo de peso, com lactação abundante.
As modificações físicas características da cadela gestante somente se tornam evidentes após a 5ª semana de gestação. Nessa fase, ocorre aumento significativo de peso e distensão abdominal correspondente ao número de feros. Em cadelas com grande número de fetos se desenvolvendo no útero, o aumento de volume abdominal é evidente após a 5ª semana de gestação. Entretanto, se somente um ou dois fetos estiverem presentes, ou a cadela for muito gorda, o aumento de volume abdominal pode ser evidente somente nos dias que antecedem o parto.
A palpação abdominal é um método bastante seguro que pode ser aplicado tanto na cadela, como na gata. Na gata, a gestação pode ser diagnosticada com acurácia a partir dos 16 dias após a cobertura. Já na cadela, o sucesso do diagnóstico depende de alguns fatores, tais como:
· Porte do animal - quanto menor, mais fácil o diagnóstico;
· Temperamento do animal - quanto mais agressivo, ou estressado, maior o grau de dificuldade do exame;
· Período de gestação;
· Número de fetos no útero;
· Condição corporal da mãe - o diagnóstico é mais difícil em animais obesos.
Ao redor dos 18 a 20 dias de gestação, a presença dos fetos r no útero leva ao aparecimento de distensões, com cerca de 12 mm de diâmetro, de formato arredondado e consistência firme. Cadelas pequenas e com pouca gordura podem e ser palpadas já nessa fase. No entanto, em cadelas maiores, com maior capa de gordura, é improvável que os embriões possam ser detectados através de palpação abdominal. O período considerado ótimo para o diagnóstico precoce da gestação em cadelas, através de palpação abdominal, é ao redor dos 24 a 30 dias de gestação. Nessa fase, as distensões esféricas do útero têm cerca de 3 cm de diâmetro, e o tônus uterino ainda é tenso, fazendo com que, à palpação, possa se sentir uma estrutura semelhante a um cordão de contas.
Embora o útero seja bastante evidente nessa fase, deve-se tomar cuidado para não confundi-lo com alças intestinais repletas de fezes. As vesículas embrionárias podem não ser todas de tamanhos semelhantes e, com freqüência, as localizadas nas pontas dos cornos apresentam menor diâmetro. As vesículas embrionárias se mantêm com formato esférico até os 33 dias de gestação, quando a região entre os embriões começa a se dilatar e as vesículas progressivamente adquirem um formato ovalado. Nesse período, a tensão uterina também está diminuída. O sucesso no diagnóstico da gestação em cadelas, através da palpação abdominal, é de 50% entre os 21 e 25 dias, passando para 85% entre os 26 e 35 dias de gestação. Desta forma, é extremamente importante para o sucesso do diagnóstico o conhecimento exato da data das coberturas.
A partir dos 40 dias de gestação, o útero começa a fazer contato com a parede abdominal e, em cadelas com múltiplos fetos, a distensão deste passa a ser notada. No entanto, a palpação dos fetos ainda não é possível, e, com a perda do tônus uterino, a identificação dos cornos uterinos pode ser difícil, principalmente em animais gestando número pequeno de fetos.
Após os 45 dias de gestação, o crescimento dos fetos é rápido, e é possível a detecção daqueles localizados na porção caudal dos cornos uterinos via palpação abdominal. Aos 45 dias de gestação, a vesícula embrionária de uma cadela com cerca de 10 kg tem 6 m de comprimento e 2 m de largura. Nessa fase, ocorre uma mudança no posicionamento do útero no interior da cavidade abdominal. Em animais com múltiplos fetos, cada corno se transforma em um cilindro com 4 a 5 m de diâmetro e 22 a 30 m de comprimento. Cada corno pode ser dividido em dois segmentos: o caudal, que repousa no assoalho abdominal; e o cranial, que se localiza dorso-lateralmente ao fígado, em direção à pelve. Após os 55 dias de gestação, o útero preenche quase totalmente a cavidade abdominal, e não existe dificuldade para detecção dos fetos.
Além da palpação abdominal, o exame radiográfico também é bastante utilizado no final do período gestacional em cadelas. Esse tipo de exame é particularmente útil no caso de cadelas obesas, gestando um número pequeno de fetos, sendo também muito utilizado em casos de partos prolongados, ou distocia, para avaliação da retenção de fetos no útero. Na maioria dos casos, uma única radiografia da cadela em decúbito lateral é suficiente para identificar o número de feros. Embora seja possível a identificação dos sacos fetais ao redor dos 25 dias de gestação, estes podem ser confundidos com conteúdo líquido no interior de alças intestinais. O diagnóstico radiográfico pode ser dado com certeza a partir dos 45 dias de gestação, quando partes do esqueleto feral se tornam evidentes. Ao final da 7ª semana de gestação, é possível a identificação de rodo o esqueleto feral.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.
http://www.fmvz.unesp.br/sony/Carol.pdf
http://www.biotemas.ufsc.br/volumes/pdf/volume182/p155a167.pdf
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ACOMPANHAMENTO ULTRA-SONOGRÁFICO da GESTAÇÃO
Dias 14 a 21: A partir do 14° dia após a cobertura, as imagens ultra-sonográficas mostram as primeiras modificações no útero gravídico, caracterizadas por aumento uterino, com visualização do saco vitelínico, que, nesse momento, possui somente 2 a 3 mm de diâmetro.
Dias 22 a 23: Já se torna evidente o tecido embrionário, com imagem ecogênica e o pólo fetal com aspecto hiperecogênico. No 20° dia de gestação, o concepto tem um diâmetro de 10 a 20 mm. A viabilidade fetal pode ser avaliada pela visualização do coração do embrião, que aparece como um tubo pulsátil.
Dias 23 a 30: Visualiza-se a cavidade alantóide, circundando o embrião e o saco amniótico de aparência hiperecogênica junto à parede ventral do abdômen, menor que o alantóide. Nessa fase, a vesícula embrionária tem cerca de 40 mm de diâmetro.
Dias 24 a 26: O embrião, que até então era uma estrutura alongada e hiperecogênica, aparece com a definição da cabeça, seguida de um corpo alongado onde se evidencia a saliência hepática. Aos 26 dias, surgem os brotos dos membros anteriores.
Dias 25 a 28: O embrião se distancia da parede uterina, mas permanece ligado a ela pelo saco vitelínico. Aos 28 dias, o cordão umbilical já é evidente.
Dias 28 a 30: É evidente o movimento fetal. Observa-se o início do processo de mineralização do esqueleto, começando pela mandíbula, depois coluna torácica e, finalmente, coluna total, com aspecto hiperecóico. A partir dos 30 dias, a organogênese começa a ser identificada ecograficamente.
Dias 37 a 42: Aos 37 dias, as costelas mineralizadas aparecem como listras hiperecóicas no tórax. Acontece a diferenciação do fígado e dos pulmões, sendo que, nesse momento, o pulmão encontra-se hiperecóico em relação ao fígado. O estômago e a bexiga se tornam visíveis como áreas focais anecogênicas com diâmetro variável, segundo as respectivas repleções no momento do exame. Os hemisférios cerebrais já podem ser visualizados. No 40° dia, nota-se a diferenciação das quatro câmaras cardíacas, de aspecto anecóico, entre as paredes cardíacas de aspecto ecogênico.
Dias 43 a 45: Torna-se possível distinguir perfeitamente a cavidade torácica da abdominal. Nessa fase, os pulmões têm aspecto mais ecogênico em relação ao coração.
Dias 47 a 53: Aos 47 dias, completa-se a mineralização das articulações e da ossatura restante, visualizando-se todo o esqueleto fetal. Aos 53 dias, os órgãos viscerais, como o estômago e o duodeno, tornam-se evidentes.
Dias 58 a 63: O feto está completo, e o acompanhamento ultra-sonográfico dessa fase tem-se mostrado de grande valia para detecção de alterações patológicas que porventura possam ocorrer aos fetos, bem como para auxiliar na indução de parto ou indicação para cesariana.
Referência: PRESTES, Nereu Carlos; LANDIM-ALVARENGA, Fernanda da Cruz. Obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 2006.
http://www.scielo.br/pdf/bjvras/v40s2/25951.pdf
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/RB042%20pag16.pdf
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DIAGNÓSTICO de GESTAÇÃO na CADELA
A ausência do estro não é um guia para a prenhez na cadela, visto que nessas espécies todos os períodos de estro são seguidos por alterações de pseudoprenhez na ausência da gestação. É geralmente aceito que o período do estro verdadeiro termina mais rapidamente uma vez que ocorreu a concepção. A deposição de gordura abdominal c subcutânea é geralmente acentuada durante a gestação. É uma reserva de gordura para a subseqüente lactação visto que em geral há perda novamente durante o período de amamentação. O útero prenhe e seu conteúdo não causam sensível alimento no peso do corpo durante as primeiras cinco semanas. Desse ponto ele aumenta rapidamente de acordo com o número de fetos. O aumento vai variar de 1 kg em uma cadela de 5 a 7 kg ou mais em uma de 27 kg, durante esse tempo, o peso do corpo tornou-se um guia de que há outros sinais bem definidos de prenhez.
Na prenhez múltipla, a distensão abdominal torna-se progressiva e evidente da quita semana em diante, mas no animal prenhe com um ou dois fetos apenas, e particularmente quando a cadela é grande ou bem gorda, a distensão não pode ser observada.
Há várias causas para a distensão abdominal na cadela que devem ser diferenciadas da prenhez. A mais importante é piometra que ocorre durante o período da pseudoprenhez; as outras são: ascite, peritonite com efusão, esplenomegalia, neoplasia do fígado, dos gânglios linfáticos abdominais ou do útero.
As glândulas mamárias
Ocorrem alterações características nas glândulas mamarias. Infelizmente, podem ocorrer alterações semelhantes, mas menos definidas durante a pseudoprenhez. Essas alterações são mais facilmente reconhecidas na primípara. Aproximadamente no 35° dia as tetas tornam-se rosa-claro na pele não pigmentada, dilatadas e túrgidas - elas protraem. Essa condição persiste aproximadamente o 45° dia, quando as tetas tornam-se ainda maiores, mas macias e tumefatas. Podem-se tornar pigmentadas. Uma apreciável hipertrofia das glândulas começa no 50° dia. As glândulas mamárias progridem até o parto, abrangendo duas áreas paralelas, dilatadas e edematosas com uma depressão entre ambas se estendendo da borda pélvica até a parte posterior do tórax. Uma secreção aquosa geralmente pode ser espremida das tetas dois a três dias antes do parto. O início da secreção do leite coincide com o parto. Na multípara, a hipertrofia mamária começa aproximadamente sete dias antes do parto e em alguns casos o leite pode ser espremido das tetas vários dias antes do parto.
Palpação abdominal
Esse é o método mais correto para o diagnóstico em cadela. A facilidade ou dificuldade vai depender dos seguintes fatores:
· O tamanho do animal - o menor é mais fácil;
· Seu temperamento - se permite apalpação;
· O período da gestação em que o exame é feito;
· O número de fetos no útero;
· Se a cadela está com um tamanho normal ou se está excessivamente gorda.
No 18° a 21° dias, o embrião representa lima série de tensões, distensão oval nos cornos de aproximadamente 12 mm de comprimento por 9 mm de largura. Em cadelas pequenas que podem facilmente ser manipuladas, pode ser possível afirmar-se aproximadamente o número presente. Os situados nas partes posteriores dos cornos são mais facilmente palpados e se apenas um ou dois estão presentes, situados anteriormente, podem passar despercebidos. Em cadelas grandes ou obesas, é improvável de se detectar os embriões nesse estágio. Deve-se tomar cuidado para não confundir as fezes no cólon com os fetos.
Do 24° a 30° dias, é um período ótimo para o diagnóstico precoce da prenhez. Perto do 24° dia, essas distensões têm um contorno esférico de 6 a 30 mm de diâmetro. Permanecem tensas e são facilmente reconhecidas. Algumas vezes, há variações no tamanho, as posteriores tornando-se menores do que as anteriores. As unidades embrionárias mantêm essa forma esférica até aproximadamente o 33° dia.
No 35° a 44° dias, os segmentos contraídos dos cornos entre as unidades embrionárias dilatam progressivamente, as dilatações tornam-se alongadas e muito da sua tensão é perdida. Nesse período, o útero mantém contato com a parede abdominal e no animal prenhe com fetos múltiplos a distensão abdominal começa a se tornar visível. Entretanto, a palpação dos fetos ainda não é possível e como o próprio útero perdeu muito de sua tensão, pode ser difícil o diagnóstico positivo, particularmente nas gestantes com apenas um ou dois fetos.
No 45° a 55° dias, é rápido o crescimento do tamanho do feto. No 45° dia pode ser possível detectar os situados posteriormente entre os dedos - em uma cadela de 9 kg têm aproximadamente 63 mm de comprimento e 12 mm de largura. É durante esse período que a disposição do útero na cavidade abdominal se altera. Em animais prenhes com fetos múltiplos, cada corno representa um cilindro alongado de 38 a 51 mm de diâmetro e 228 a 300 mm de comprimento. Posteriormente, eles se estendem para o corpo uterino, que durante esse tempo se dilatou. Cada corno está em dois segmentos, o posterior, que se encontra no solo abdominal e passa à frente das margens do fígado, e o anterior, que se encontra dorsalmente e lateralmente a esse, com seus longos eixos dirigidos posteriormente em direção à pélvis. No último estágio, o útero preenche inteiramente o abdome.
No 55° a 63° dias, não deve haver dificuldade em diagnosticar a gestação se a cadela admite a manipulação do abdome. O tamanho dos fetos é tal que eles podem ser prontamente detectados. Uma protuberância no flanco de um feto que ocupa o ápice do corno vai ser sentida, enquanto na linha média logo à frente da borda pélvica há uma outra com sua extremidade no corpo uterino. Se a manipulação é impraticável, o toque retal é de grande valia. A parte dianteira da cadela deve ser erguida e o útero pressionado para trás em direção à abertura pélvica por pressão no abdome. A parte posterior do feto vai ser detectada abaixo do dedo. Em cadelas prenhes grandes ou gordas com apenas um ou dois fetos, ainda pode existir dúvida, embora durante esse tempo as glândulas mamárias forneçam uma evidência confirmatória de valor. Os testes biológicos não são aplicáveis na cadela e na gata.
Radiografia
A radiografia pode ser importante como um diagnóstico adicional nos estágios finais. Os resultados, entretanto, são extremamente variáveis e é necessária uma considerável experiência técnica antes que os fetos possam ser demonstrados com segurança até o parto. São mais facilmente observados em cadelas pequenas do que em grandes. Nas pacientes grandes e obesas, deve sempre ser usado um diafragma ou uma placa de acumulador. Embora a calcificação óssea ocorra principalmente durante a última semana de gestação, é geralmente possível demonstrar a espinha fetal dentro da última quinzena de gestação. O valor da radiografia na obstetrícia canina encontra-se na demonstração no final da gestação ou após um feto único, quando a palpação falha, e secundariamente à demonstração da apresentação em distocia obstrutiva.
Pela introdução de 200 a 800 ml de ar dentro da cavidade abdominal dos cães, as dilatações uterinas da prenhez podem ser delineadas radiograficamente logo após os 30 a 35 dias. A partir do 44° dia, o instrumento ultra-sônico pode ser seguramente aplicado.
Referência: GEOFFREY, H. Arthur. Reprodução e obstetrícia veterinária. Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan, 1979.
http://www.revista.inf.br/veterinaria/revisao/pdf/AnoVII-Edic12-Rev155.pdf
http://www.fumvet.com.br/novo/revista/44/suplemento/25-29.pdf
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