Verminoses
A verminose é uma patologia muito comum em cães e gatos e pode ocasionar sérios problemas e até mesmo pôr em risco a vida dos animais, dependendo do grau de severidade com que ocorre e da idade e estado de saúde em que os animais se encontram.
Os diversos tipos de vermes podem ser encontrados no intestino, coração, estômago, esôfago, pulmão e rins. Estes provocam irritação, infecção e destruição dos tecidos e mucosas dos órgãos onde se alojam devido a sua fixação; obstrução de vasos e dos órgãos ocos devido ao acúmulo de parasitas; espoliação de células e substâncias alimentares quando alojados no intestino, onde retiram vitaminas e outros elementos vitais; além da ação tóxica causada pelas exotoxinas e endotoxinas que produzem.
Cães e gatos parasitados podem apresentar alguns sintomas como: barriga abaulada, emagrecimento, vômito, diarréia, fezes moles e com sangue, anorexia, anemia, perda de peso, tristeza, opacidade dos pêlos, infertilidade, obstrução intestinal e convulsão.
A verminose pode ser transmitida:
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Pela via oral: através da ingestão de ovos, oocistos ou larvas infectantes encontrados no solo ou pela ingestão de pulgas, moscas ou outros hospedeiros intermediários.
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Pela via percutânea: as larvas penetram através da pele do animal.
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Pela via intra-uterina: através da placenta, ocasionando a contaminação do filhote ainda no útero da mãe.
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Pela via galactogênica: ocorre a contaminação dos filhotes através do leite da cadela no momento da amamentação.
A contaminação dos animais pode ser influenciada pelo clima, localização geográfica, predisposição racial, idade, época do ano e manejo.
O correto diagnóstico deverá ser realizado através da sintomatologia e do
exame de fezes que pode ser realizado na própria clinica veterinária por visualização macroscópica e microscópica das fezes:
Na macroscópica, é observado o odor, a cor, a consistência, a presença ou não de sangue, muco, proglotes, vermes adultos ou outras condições anormais.
A visualização microscópica das fezes deverá ser realizada para que se obtenha um resultado mais preciso. Os principais exames microscópicos são os exames de esfregaço direto de fezes ou métodos de flutuação fecal, nos quais se consegue identificar os ovos, cistos, larvas e proglotes dos parasitas.
Os vermes mais comuns encontrados nos cães são os Nematódeos (vermes redondos): Ancylostoma caninum, Ancylostoma brasiliense, Uncinaria stenocephala, Toxocara canis, Toxascaris leonina, Trichuris vulpis Cestódeos (vermes chatos): Dipylidium caninum, Echinococcus granulosus, Echinococcus multiloculares, Taenia hydatigena, Taenia multiceps, Taenia ovis e Taenia pisiformis.
Em gatos, os Nematódeos mais comuns são o Toxocara cati, Ancylostoma brasiliense, Ancylostoma tubaeforme e Trichuris vulpis. O Cestódeo mais comum é o Dipylidium caninum.
Para o controle da verminose é necessário que o médico veterinário prescreva um programa de vermifugação que é individualizado para cada animal levando em conta a incidência de vermes, avaliada através de um exame de fezes; a idade do animal, ambiente e região em que vive, hábitos, manejo e etc. Concomitantemente à vermifugação deve ser recomendada a desinfecção rotineira do local em que o animal fica a fim de evitar as reinfecções do animal, bem como as zoonoses.
Em geral, a primeira vermifugação deve ser iniciada aos 28 dias de vida do animal, sendo repetida conforme a orientação do médico veterinário e segundo os fatores já citados. Os filhotes necessitam de vermifugações mais freqüentes, por exemplo a cada três meses. Em cães e gatos acima de 6 meses, deve-se realizar vermifugações trimestrais ou semestrais, sempre dependendo do ambiente em que vive o animal e o manejo deste. As fêmeas em reprodução devem receber a vermifugação antes da cobertura e no final da gestação, ou seja, 10 dias antes do
parto. Não deve ser realizada a vermifugação de cadelas ou gatas no terço inicial da gestação, pois isto pode causar má formação dos fetos.
Para a correta vermifugação é sempre recomendado associar o exame de fezes à consulta ao médico veterinário, que irá indicar um tratamento efetivo.

EXAMES COPROPARASITOLÓGICOS:
- Esfregaço direto
É uma técnica utilizada de fácil realização, pois para este teste necessita no mínimo de 2 mg do material, sendo misturado a uma solução salina a 0,85% (esta solução serve para separar os resíduos mais pesados), sendo colocado sobre uma lamina e examinada no microscópio na objetiva de 10x e para sua confirmação 40x.
Quando os parasitas estão em quantidades pequenas, podem não ser observados.
- Flutuação fecal
Em um tubo com capacidade de 20 ml deve ser colocado de 1 a 2 g de fezes, sendo este completado até ¼ de sua capacidade com solução saturada de cloreto de sódio.
Sobre esta solução devemos descansar uma lamínula por 15 a 20 minutos, esta sobreposta sobre uma lamina e examinada no microscópio em objetiva de pequeno aumento.
Para os ovos de nematódeos e de cestódeos deve ser utilizado cloreto de sódio ou sulfato de magnésio , pois a densidade é de 1,10 a 1,20.
Os trematódeos flutuam a uma densidade de 1,30 a 1,35 pode ser utilizado cloreto de zinco ou sulfato de zinco.
Referência bibliográfica
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Cheng, T.C. , General Parasitology, Academic Press, N.Y(1973).
Fortes, Elionor. Parasitologia Veterinária. 3º ed. Ícone editora.São Paulo. (1997)
Urquhart, G.M; Armour,J.;Dunn, A. N.; Parasitologia Veterinária. 2ºed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. (1998)
Georgi, J.R.&Georgi, M.E.Parasitology for Veterinarians. W.B.Sauders & CO.,Philadelphia, PA.(1990)
Revistas
Parasitology Today, Elsevier
Veterinary Parasitology, Elsevier


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